Eugenio Barba remete-se à Ingmar Bergman em suas lembranças pessoais quando afirma ter cogitado a possibilidade do encontro entre o cineasta e Grotowski em 1968, mas Bergman respondeu com uma carta gentil e breve na qual dizia estar ocupado.Depois Barba veio a saber que Bergman não nutria estima pelo diretor polonês.
Não obstante, é interessante notar que, na entrevista acima postada, Bergman afirma a importância de uma postura aberta junto ao grupo de trabalho articulada à sua autonomia enquanto diretor, princípio que podemos vislumbrar no pensamento grotowskiano.
Grotowski disse certa vez que "o diretor, enquanto orienta a inspiração do ator, deve ao mesmo tempo permitir ser orientado por ele", e ainda afirmou se interessar pelo ator "porque ele é um ser humano", e que, portanto, tomava o trabalho teatral como uma espécie de tentativa de "entender a nós mesmos através de outro homem, de encontrar-se nele".Bergman, na segunda parte da entrevista acima esposta - vide a segunda parte no youtube - também confessou seu interesse no comportamento humano.
Grotowski e Bergman.Duas personalidades tão singulares, e, quem diria, com algo em comum...
Ah, a entrevista está em inglês.Fica a dica pra quem compreende bem a língua inglesa.Aos demais, espero que este curto texto tenha servido de alimento às dúvidas motoras de nosso trabalho-em-vida.
Referências bibliográficas:
1. GROTOWSKI,Jerzy.Em busca de um teatro pobre.Rio de Janeiro:Civilização Brasileira,1976.Trad.Aldomar Conrado.
2. BARBA,Eugenio.A terra de cinzas e diamantes: minha aprendizagem na Polônia.São Paulo:Perspectiva,2006.Trad.Patrícia Furtado de Mendonça.
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