sábado, 30 de abril de 2011

Renato Borghi no Teatro-escola Célia Helena


Hoje foi um dia muito importante para o Teatro Escola Célia Helena, instituição de ensino teatral paulistana fundada pela atriz homônima em 1977. A escola, que além do curso técnico oferece também o bacharelado em artes cênicas e a pós-graduação latu sensu em direção teatral, recebeu os atores Renato Borghi e Élcio Nogueira Seixas. Renato é um importante personagem na história do teatro brasileiro. Ao lado de Zé Celso fundou o Teatro Oficina no fim da década de cinquenta e permaneceu no grupo até 1973.

No encontro Borghi e Élcio falaram sobre a experiência de levar peças de Nelson Rodrigues ao público de outros países da América Latina como Cuba, Colômbia e Argentina, e apontaram para a importância da tradução da obra rodriguiana para o idioma espanhol. Esperamos que este anseio satisfaça-se em um futuro próximo. Um comentário me chamou particularmente a atenção: foi o de Élcio, que, comentando a obra de Nelson, afirmou que esta estaria à altura daquela de O´Neil, não só sob o ponto de vista de sua qualidade - como já está -  mas também sob aquele de seu interesse junto ao público internacional, não fosse o primeiro um brasileiro.

A palestra contou com a exposição de videos que registraram as viagens dos dois, e serviu de convite para o evento que ocorrerá no SESC da Paulista nos próximos dias 9 e 10, onde Borghi e Élcio defenderão, junto aos órgãos de fomento à cultura e público presente, a importância da tradução da obra rodriguiana para o idioma espanhol, meta que visa proporcionar a merecida visibilidade ao dramaturgo brasileiro no cenário teatral latino-americano.

Estão todos convidados: a entrada é gratuita. No video, gravado por ocasião do encontro entre Borghi e estudantes de teatro, o ator convoca todos a comparecerem ao evento e ainda chama a atenção a outro projeto urgente: a revitalização do vídeo que registra O Rei da Vela, emblemática montagem dirigida por Zé Celso, com base no texto de Oswald Andrade, nos anos sessentas.

Para saber mais: http://www.embaixadateatrobrasileiro.com/
                          http://www.celiahelena.com.br/

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Navio Negreiro, Caetano e Sampa.

Caetano, só ele poderia musicar a poesia de Castro Alves com tal maestria. Trata-se de uma das faixas do álbum Livro, cujo título traduz muito bem seu conteúdo. Dentre as peças que constituem este volume, encontramos Manhatã - onde o cantor fala da ilha americana com um sotaque brasileiro inconfundível - a faixa título, e Navio Negreiro, onde divide espaço com Maria Bethânia.
Escrevo esse post sob um nublado céu da metrópole paulistana. Para cá muitos migraram, como os negros de Angola, não em navios negreiros, mas em ônibus lotados vindos do nordeste, do interior do estado, de várias partes deste imenso país. Existem vários Brasis dentro do Brasil. Existem várias São Paulos dentro de São Paulo, cidade multicolor, um quebra-cabeças cultural, multi-étnico.
Mas a ideia de postar o vídeo não se dá por conta da pauliceia desvairada. É pura vaidade. Gosto de Caetano, somente. Além do mais, não foi ele um dos novos baianos que para cá também migraram na louca década de sessenta ? Mas este não é o vínculo que traço para decidir postar este video-clipe no blog. Gosto de Caetano, somente. Deveria haver alguma outra razão ?