terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Carta aberta aos moralistas ateus:


Aos meus amigos ateus ativistas, aos que clamam pela retirada da frase "Deus seja louvado" das notas de real, e dos sinais religiosos das repartições públicas, e da proibição de orações nas escolas. A todos vocês, esta breve mensagem, e uma breve nota minha, que se segue ao vídeo:



É comum à humanidade o sentimento moral. Chocar-se com a tragédia ocorrida nos EUA é, pois, uma reação que esperamos de qualquer pessoa, seja ela teísta ou ateia, frequente ela uma igreja ou não. Mas quando em nome de uma filosofia política tomada como messiânica e professada pelos educadores se torna a razão de ser da moral, esta, ao sujeitar-se aos ideólogos do partido, faz destes os instituidores de uma moral forjada pelo homem e que, apesar disso, passa a imperar sobre esses mesmos homens. É assim que, quando em 1933 Hitler assumiu o poder na Alemanha - e pelo voto popular, é importante lembrar - o espírito nazista já pairava pelo país e tomava conta de corações e mentes esperançosas. Esperavam eles pelo mundo novo, onde enfim a raça ariana poderia celebrar seu poder, prometido pelo próprio Deus aos homem: Hitler funda assim mais que um partido, funda uma espécie de igreja, onde ele é o papa, e os seus fieis seguidores, cardeais, bispos e padres. Constituída a fé antropoteísta - o homem enquanto razão, princípio, meio e fim da religião política por ele mesmo fundada - mesmo evocando frases bíblicas pelo mero intuito de justificar sua barbárie - ela se torna incoerente em si, posto que o que ilumina a leitura dessas frases não é mais o verdadeiro espírito religioso, em respeito à transcendência, e sim o espírito materialista que requer ao ser humano a autoridade sobre si enquanto criador de si mesmo.

É pois preciso voltar aos discursos iluministas e com eles dialogar à partir dos resultados colhidos pela história. A ética kantiana, que serviu e ainda serve de estímulo àqueles que preferem justificar o direito sem referência ao Ser, deveria ser revista com base em seus frutos. É preciso sim reconhecer que o ser humano tem em si guardada uma luz, sua consciência moral, e que seguindo esta, poderíamos, ao menos à princípio, agir segundo uma lei que crêssemos dever ser seguida universalmente, como um imperativo categórico, e sem para tal abrigar-se na transcendência para justificar os atos tomados segundo esse princípio. Mas quando o homem se torna o princípio, o meio, e o fim de todas as coisas e em nome de sua automia insubordinada ao Ser, funda políticas messiânicas, o faz em parte para suprir o vazio metafísico que persevera em sua alma, e em parte em nome de sua comum tendência à negação dessa mesma transcendência contra a qual se revolta.

Mas esse ímpeto à transgressão que justifica a revolta e ganha corpo nas filosofias anti-metafísicas, revela sua insustentabilidade quando assistimos, por exemplo, mais de 6 milhões de judeus serem mortos pelo regime nazista, ou mais de 100 milhões de pessoas serem mortas em nome da utopia comunista. Não obstante, essa mesma insustentabilidade nega-se à si mesma quando, à posteriori, tentamos louvar os genocidas como herois, já que, ao menos "lutaram por um mundo melhor".

Reconheçamos: qualquer um, ateu ou teísta, pode ouvir a voz de uma verdade que se insinua no fundo de sua consciência, e que faz notar que tal atitude vai contra uma lei moral inscrita sem palavras. Mas em última instância, quando nos percebemos acorrentados pela armadilha que a humanidade construi para si mesma, devemos assumir que, em última instância, nos condenados à nossa própria miséria, a miséria humanista secular, que não quer como verdade nada que não seja, no entanto, relativo, e por isso mesmo contestável. Se, pois, não existe um Ser transcendente para ser o objeto ao qual toda a relatividade se volta, então estamos mesmo condenados à mera miséria humana, relativos a nós mesmos e, por fim, sujeitos ao próximo messias político do mundo novo que fundar seu partido ou ideologia salvadora.

Jeferson Torres


domingo, 16 de dezembro de 2012

Motivos pelos quais sou contra a aprovação da proibição da venda de armas para civis:


Sou contra a campanha pelo desarmamento, a não ser que todos os ladrões, e mesmo os Estados, estes também se desarmem. As armas usadas pelo crime organizado - e cada vez mais organizado - são obtidas pelo mercado ilegal, e não através do processo penoso que consiste em testes psicológicos, estudos aprofundados sobre a vida do pretendente a portador de arma e cursos de tiro, pelo qual um cidadão de bem deve necessariamente passar para adquirir uma arma, posto que para portá-la é necessário proficiência e responsabilidade. O termo que usei na frase anterior "cidadão de bem", talvez cause um certo estranhamento ou mesmo pavor diante de algumas pessoas, não sei se é o seu caso.

Por "pessoa de bem", eu considero aquela dotada de justiça, ou seja de inteligência corajosa e discernimento votado ao pagamento de cada qual segundo seu merecimento. Com efeito, ante uma situação que consista em risco de vida para uma criança, por exemplo, ou para a própria vida do pai de família diante da única escolha de matar por legítima defesa ou morrer, eu julgo justo matar: é justo matar quando o indivíduo o faz por legítima defesa, ou seja, para salvar sua própria vida quando a única maneira de fazê-lo é matando, e nesse caso, quando do confronto entre um "cidadão de bem" e um ladrão que porventura invadir sua casa para tentar roubá-lo ou matar seus entes queridos. E o bom uso do instrumento, como já dito, deve impor ao proprietário o dever irrevogável e inflexível de obter sua arma somente, e tão somente, satisfeitas todas as condições psicológicas, motoras e emocionais para tal.

Mas assim pensando, eu volto à definição prévia de "pessoa de bem", esse "monstro" criado pela "direita", como alguns preferem: aquele que prefere nutrir sua família com o suor de seu trabalho e tem seus bens por merecimento, tem direito a garantir a posse dos mesmos. Aquele que, por outro lado, fazendo uso da imposição da pena capital, extrai o fruto do trabalho de um - contra o direito à propriedade privada honestamente conquistada - pratica o mal, e deve por esse mal pagar.

A campanha pelo desarmamento propagada pelos meios de comunicação, sobretudo pela TV, parte de um bem, a campanha pela "paz", bandeira que clama ao fundo de nossa consciência moral. Mas, subvertida a moral em nome do poder, e estabelecido esse poder como fim último da política, sob a égide de Maquiavel, este bem serve de desculpa para o mal: requerendo daqueles que detém consigo uma arma em casa, que doem-nas ao poder público, a fim de que este possa dar fim a essas armas, mas qual será o fim desses instrumentos?

O crime é organizado, muito bem organizado, e cada vez melhor organizado. Quando a política se reduz à luta pelo poder, crime organizado e Estado podem celebrar um matrimônio consensual, com acordos entre a Polícia Federal e os chefes de quadrilhas, e entre esses e deputados, vereadores, prefeitos, governados, ou até quem sabe com o presidente. Afirmar que tal ocorre deliberadamente e de maneira corriqueira talvez seja muito arriscado, já que nesse contexto, também a imprensa pode servir aos intentos do órgão nascido do matrimônio diabólico e calar-se se bem paga para isso: em última instância, não é possível afirmar categoricamente que tal ocorre, mas é sempre bom duvidar da justiça humana, e algumas notícias que acabam por ser divulgadas pelos jornais e outros  meios de divulgação nos sugerem que esse acordo mútuo contra os cidadãos pode mesmo celebrar-se às escuras, nos bastidores do poder oficialmente instituído:


E diante do fato de que muitas das armas entregues às autoridades por ocasião da campanha do desarmamento acabam caindo nas mãos de marginais:


Ver também:


E também:



Mas a proposta mesma de desarmar a população não é novidade. Ela já foi empregada no passado, e sempre com sucesso: com o povo desarmado, o Estado pode armar-se contra o povo. É assim que, de minha parte, estou com o seguinte:




E vale a pena acompanhar a seguinte reportagem produzida pela rede Bandeirantes de Televisão, onde dados sobre o número de homicídios em relação ao porte de armas são apresentados de maneira bem sucinta e objetiva:




Mantenho-me contrário à campanha do desarmamento, já que, ao que tudo indica, trata-se de desarmar o cidadão de bem para, então, abrir um espaço livre à atuação do crime organizado.

Jeferson Torres

*Caso os Estados e todos enfim, se desarmassem, ainda assim homicídios continuariam a ocorrer pela ação de armas brancas, facas, espetos, pedaços de pau, etc, já que a violência tem base antes biológica que educacional: entendam crianças: a educação não nos salva, por completo, do animal que resiste sob nossa pele cilivizada.

 

Para saber mais:





quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Uma feminista contra Brian Adams:

 

Recentemente eu postei o vídeo acima no facebook. É o video-clipe da música "Have You Ever Really Loved a Woman?", do cantor e compositor Brian Adams, que foi tema do filme Dom Juan de Marco, estrelado por Johnny Depp e Marlon Brando. Tendo sido interrogado por uma amiga feminista sobre os motivos que me levaram a postar esse material no facebook, fui extremamente sincero e atencioso ao respondê-la: ao fazê-lo, não pretendi manifestar nenhum repúdio ao sexo feminino, nem tampouco levantar nenhuma bandadeira política. Mas ela insistiu no inquérito na tentativa de extrair a "verdade sobre os fatos". Julgou-me um machista egocêntrico, e responsabilizou-me pelo que chama de "ditadura do falo". Por fim, pediu para que eu publicasse sua análise sobre a música em questão no blog, pedido que atendo com prestatividade. Sendo assim, posto a seguir a resposta da feminista em questão - que preferiu manter-se no anonimato, e respeitosamente atendo a seu pedido. À letra traduzida para o português, seguir-se-à os comentarios dela, sempre clara e objetiva.

"Você Realmente Já Amou Uma Mulher?"

Comentário: A pergunta só pode ser mesmo retórica, já que responde a si mesma, dada a obviedade dos fatos: os homens são seres insensíveis, que pela sua própria natureza desconhecem o significado de tal verbo. Amar é um verbo inconjugável pelos homens, seres desprezíveis que só souberam humilhar as mulheres ao longo dos séculos, se agarrando à patética moral judaico-cristã, essa doença humilhante e escravista, e o discurso do senhor Brian comprova minha tese:

"Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la
Você precisa conhecê-la profundamente por dentro
Ouvir cada pensamento, ver cada sonho"
 
Prega o dito popular, que "nem Freud explica as mulheres", o que é coerente e, apesar de tudo, perdoável: Freud pode ter sido um gênio, mas ainda assim, foi apenas um homem, nada mais. Não exijamos o que essa raça não pode dar: compreensão. Mas se nem mesmo um gênio pôde compreender as mulheres, o que dirá de ti, pobre Brian! Esqueça: não tente compreender o que está para além de qualquer possibilidade de compreensão. No mais, "ver cada pensamento, cada sonho"? É você uma espécie de oráculo ou coisa do tipo?
 
"E dar-lhe asas quando ela quiser voar
Então, quando você se achar repousando
Desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher..."
 
Notamos ai um Brian atencioso, fiel e constante, que declara seu desejo de libertar a mulher. Ele promete presenteá-la com "asas quando ela quiser voar". Mas o que fica subentendido àquelas que como eu conseguimos ler nas entrelinhas, é que toda essa melação - típica da hipocrisia machista - esconde os verdadeiros intentos do eu-lírico: aprisionar sua mulher, condená-la à escravidão do casamento, acorrentá-la à prisão da família, dos "bons costumes", e de toda a mentira vendida para as mulheres ao longo de dois milênios de cultura judaico-cristã patriarcal! Vocês duvidam de mim?! Duvidam?! Pois acompanhem meu raciocínio:

Refrão:
 
"Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela, realmente, é desejada
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela é a única
Pois ela precisa de alguém
Para dizer-lhe que vai durar para sempre.
Então diga-me: você realmente, realmente
Realmente já amou uma mulher?"

Chegamos enfim ao refrão da música. É nesse momento que temos a ideia fundamental da música: observamos aqui que o senhor Brian Adams, tal como lobo em pele de cordeiro, atrai a fêmea para o cativeiro, sem se importar com seus sentimentos, numa atitude digna de um tirano. Ele afirma que o verdadeiro amor consiste em realmente desejar a mulher como se ela fosse a única, dizendo pra ela que é a única: mas qual é o fim objetivado por estes meios? Estrategicamente frisei os versos que dizem "Pois ela precisa de alguém para dizer-lhe que vai durar para sempre" (sic)! É isso mesmo, vocês não leram errado: essa letra de cunho machista, quer converncer-nos de que a mulher é um sexo frágil, uma presa por excelência, feita somente para o cativeiro vitalício, para a prisão perpétua do casamento e dos "bons" costumes. Mas quem disse que nós mulheres precisamos de um verme machista como o senhor, senhor Brian?! Ora, nós mulheres, já libertas da ditadura do "macho rei", não precisamos de falos dominantes para ditar ordens sobre o que precisamos ou deixamos de precisar senhor Adams! Ponha-se no seu lugar! Mas esse representante da ditadura machista não para por ai, ele ainda continua seu discurso cínico:

"Para realmente amar uma mulher, deixe-a segurar você
Até que você saiba como ela precisa ser tocada
Você precisa respirá-la, realmente saboreá-la
Até que você possa senti-la em seu sangue
E quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela
Você saberá que realmente ama uma mulher"

Ao toque da fêmea cativa, responde o macho-rei: deixe-a segurar você até que você (ele) saiba como ela precisa ser tocada. Percebemos aqui uma fúria dominante típica da corja machista: o desejo de controlar totalmente a mulher, como se ela não passasse de um lixo, um mero objeto descartável em suas fétidas mãos que tem a onisciência de um deus soberano sobre o corpo feminino, à medida em que se julga sabedor do correto trato com a vassala. O desejo assassino beira o canibalismo, quando Brian sugere (metaforicamente?) que o homem deve "senti-la em seu sangue".

Esse verso, que chega a quase sugerir um ritual sacrificial onde a mulher serve como escrava aos objetivos crueis do homem, revela sua finalidade desumana nas frases finais da estrofe: 

"(...) quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela, você saberá que realmente ama uma mulher"

 Eis então o único motivo desse jogo de controle pelo qual o macho-rei impõe à mulher o papel protagonista na história da humanidade: suportar por 9 longos meses um feto, mesmo indesejado, que depois servirá de prova do delito praticado pelo impiedoso macho que, não obstante, receberá os aplausos da alcateia patriarcal judaico-cristã: "parabéns papai, um lindo filho!" Mas me digam mulheres livres, emancipadas: precisam vocês de se sujeitar à prisão opressora da maternidade? E negar toda uma vida de prazeres carnais - sim, este tesouro antes reservado somente aos homens, e assegurado pela sociedade machista - em nome de um monte de um negócio que ele deixou na sua barriga? Afinal de contas, a barriga é sua ou dele?! Este vil representante da ditadura machista - sim, você mesmo, senhor Brian Adams! - envia um recado muito bem claro aqui à todas nós, mulheres do mundo: "só precisamos de vocês como depósito de porra!" Essa é a verdade nua e crua, verdade lúcida e auto-evidente que nenhum pseudo-romantismo de botique consegue mais esconder. Mas somos livres, lindas e donas de nosso próprio corpo, senhoras de nossa própria razão emancipada, e portanto não mais nos deixamos levar por esse blá-blá-blá machista barato! Ainda assim, o boçal, não contente com sua própria estultícia, continua:


"Você precisa dar-lhe um pouco de confiança
Segurá-la bem apertado, um pouco de ternura
Precisa tratá-la bem
Ela estará perto de você, cuidando bem de você
Você realmente precisa amar uma mulher. Yeah".
 
O senhor Brian Adams ensina nessa estrofe como enganar uma mulher. Prestem atenção e aprendam a não cair mais nessa estória da carochinha: ele recomenda que o algoz lance uma armadilha: "você precisa dar-lhe um pouco de confiança, segurá-la bem apertado, um pouco de ternura" (...) Percebe os indícios de um processo de tortura? O senhor Brian recomenda aos homens que apertem suas mulheres bem apertado, e promete que, agindo assim, "ela estará perto de você [do porco imundo machista!] cuidando bem de você". 
 
Mas já nesse momento não mais nos deixamos levar pelo seu discurso falacioso, senhor Brian, discurso que apela à emoção para anestesiar a razão da mulher emancipada: somos legião! Não perdoamos! Nos vingaremos! Juntas venceremos! Mulheres do mundo: uni-vos!
 
 
 
 
 




































Atenção: Este texto tem um caráter irônico. Se você, ao acompanhar a análise da música, concordou com o discurso totalitário da personagem feminista, sugiro que estude um pouco sobre o mito da opressão feminina e a mentalidade revolucionária. 

Jeferson Torres

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Da revolta do homem moderno:



O que é um comunista? Bem, é alguém que leu Marx e Lênin. Como é um anti comunista? É alguém que compreendeu Marx e Lênin. - Ronald Reagan.

A ideia mesma segundo a qual pode uma organização, seja ela qual for, representar de modo honesto a coletividade, carece de compreensão sobre o que é a "coletividade", sobretudo quando trata-se do "povo". Eu vos pergunto: o que é o povo? O que pensa a "população brasileira"? Somos católicos, budistas, ateus, judeus, muçulmanos, negros, brancos, mulatos, índios, homens, mulheres, gays, lésbicas, crianças, mendigos, somos uma massa inominável, que no entanto recebe a alcunha de "povo", palavra esta que é, em si, já uma simplificação. No entanto, quando uso esses rótulos acima, também estabeleço simplificações. Quando no século XIX Karl Marx e Engels teorizaram o comunismo/socialismo, eles também partiram de concepções reducionais: reduziram o "povo" ao composto formado por duas classes antitéticas, burguesia e proletariado, e reduziram a história, à história da luta de classes. Assim, como se deuses fossem, sugerem conhecer a mecânica mesma do tempo, como profetas demiurgos do mundo novo, prometendo uma espécie de escatologia realizada.


Vejamos o que Marx propõe em seu "Manifesto do Partido Comunista", assinado junto a Friedich Engels:

1.Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado .2. Pesado imposto progressivo. 3. Abolição do direito de herança. 4. Confiscação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes. 5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo. 6. Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado. 7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário. 8. Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura. 9. Unificação da exploração da agricultura e da indústria, actuação com vista à eliminação gradual da diferença entre cidade e campo. 10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc (MARX e ENGELS (B), 1997,s/p).

A fim de celebrar a vitória do proletariado sobre a opressão da burguesia, caberia, pois, seguir os passos propostos, desde o progressivo acúmulo de poder econômico nas mãos do Estado, pela aplicação de impostos cada vez mais altos, com o fim do direito a herança, e a educação garantida pelo Estado, para o Estado, em nome do Estado, enfim. Foi propositalmente que frisei os pontos acima, para que possa retomá-los mais a frente, posto serem de vital importância. Reforço: o Estado deveria, segundo Marx, representar o proletariado:

O proletariado usará a sua dominação política para arrancar a pouco e pouco todo o capital à burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produção na mão do Estado, i. é, do proletariado organizado como classe dominante, e para multiplicar o mais rapidamente possível a massa das forças de produção (MARX e ENGELS (B), 1997, s/p).

Em 1917, com a revolução Russa, o regime czarista caiu, dando lugar ao comunismo de Lênin/Stálin. Com efeito, o Estado garantiu sua posição como poder estabelecido. Ditadura do proletariado? Não meus caros, ditadura SOBRE o proletariado. Basta conhecer o "Livro Negro do Comunismo", obra histórica escrita pela pena de historiadores do mundo todo, inclusive russos, para se ter uma certa noção dos horrores dos regimes stalinistas/leninistas, desde a revolução até a queda do Muro de Berlim. Foram mais de 100 milhões de mortos, um número que, não obstante supere em muito o do nazismo alemão (que aliás foi também uma forma de comunismo), é menos conhecido pelo simples fato de nossa educação estadual ter sido formada gradualmente pela mentalidade marxista, através do viés gramsciano, da "revolução cultural", sempre com o intuito de vencer o Estado, a política, sobre o império de Deus. Nesse momento, gostaria de convidá-los a um breve incurso metafísico. 


O cristianismo, de uma maneira geral, concebe na eternidade o mistério que, desde aqui, vislumbramos pela miopia própria da carne: o Éden é transposto a um âmbito metafísico, está para além do tempo, restando a nós, sobreviver à miséria da carne em função da conquista da paz celestial. O que ocorre na mentalidade revolucionária, de maneira geral - revolução francesa, comunismo, anarquismo, nazismo, etc - é a inversão dessa lógica: o paraíso deve ser aqui, o Éden terrestre do futuro prometido. Assim, Bakunin defendeu o anarquismo, Marx o comunismo, e tantos outros, outras ideias, mas tendo sempre o objetivo de estabelecer aqui o mundo de "paz eterna entre os seres humanos", que os cristãos, por sua vez, esperam no além. O escopo teórico que subsidia essas ideias, sempre co-existiram com o pensamento cristão, e acabaram por contagiá-lo, com a "teologia da libertação", por exemplo, é tal que não caberia numa enciclopédia. Mas o que estes que ai estão levantando tais bandeiras não percebem, ou antes percebem, mas não admitem perceber, é que todos eles são, como eu sou, como todos nós somos, miseráveis. Quando uso esse termo, não me refiro a questões econômicas. Falo de uma miséria moral que diz respeito à fraqueza humana, à covardia em face da consciência de sua finitude, de sua condenação ao tempo: morreremos, sabemos, e disso nos esquecemos para melhor viver, mas nos vendemos a preços bem baixos, e acabamos por mentir pra nós mesmos pra suportar uma dor indizível, constante, que é antes o mal em nós que o mal no mundo. Seja como for, projetar o "mal do mundo" no sistema, na burguesia, no vizinho, na religião, ou no time de futebol do adversário serve como desculpa, proporciona a catarse dos sentimentos e alivia a dor. 

A política é, ao menos desde Maquiavel, concebida como a luta pela conquista e segurança do poder, nada mais. Vale a pena lê-lo ao menos uma vez na vida pra pensar um pouco sobre seu "Príncipe", que tanto influenciou Antônio Gramsci. Pensemos na religião, ao menos por um breve momento, em seu aspecto político - com perdão aos religiosos, que talvez considerarão essa estratégia um ato herege. O catolicismo, por exemplo, determina valores morais, é contra a eutanásia, contra o aborto, condena o sexo antes do matrimônio - e por extensão o uso da camisinha - todos esses motivos pelos quais é atacado por todos os lados como representante dessa mentalidade "arcaica", ultrapassada, de "direita" (a esquerda demoniza esse termo), e retrógrada. Então eu os convido a imaginar, por ora, o fim da Igreja Católica, desse obscurantismo de mais de 2000 anos ...









De repente tudo parece lindo não é verdade? Você pode trepar gostoso com sua peguete, sem ouvir na TV que um velho qualquer disse na praça de São Pedro, que isso é contra a lei de Deus, ou que homossexualidade é pecado, etc, etc, etc. Seja como for, não deixará de ler o jornal, seja o de papel, seja o virtual. Provavelmente assistirá a TV, e talvez até criará um blog como o meu para divulgar você também suas ideias e fazê-las conhecidas na rede mundial de computadores. Tudo o que seus pais te ensinaram, o que seus professores professaram, o que a TV divulgou, o que os vídeos que você assistiu no YouTube, o que você leu nos livros, e o que seus amigos te disseram constituirá, não obstante, ingrediente de sua cosmo visão, e transparecerá de modo mais ou menos explicito em seus discursos, como tudo o que eu vi e vivi transparece no meu.

É possível que, sem perceber, acabe por apenas repetir o que seu professor te disse, o que a TV falou, o que viu no YouTube ou o que leu nos livros, sem perceber-se preso a essas redes invisíveis que movem sua subjetividade. Você poderá se tornar, como eu me tornei, um ateu convicto, que ri - mesmo que disfarçadamente - do padre de batina, esse "falso moralista hipócrita, comedor de criancinhas", e acha que Che Guevara, no entanto, foi um heroi, uma espécie de santo mártir da justiça social. É possível até que se filie a um partido político e alimente a fé na política, no mundo melhor do humanismo secular, na promessa de liberdade enfim, e pelo ópio da vaidade, nem perceberá que a utopia que lhe seduz é a prisão atraente que lhe engana, sob o pretexto de um futuro hipotético de liberdade, igualdade e fraternidade nunca plena. Alguns, de tão enebriados no prazer do poder, chegam mesmo a justificar morticínios como os de Che Guevara, e até de Stálin ou Hitler, em nome de seu "paraíso terrestre": eles mataram sim, mas em nome de um "mundo melhor" - seja o mundo melhor da burguesia derrotada pelo proletariado, ou do império da raça ariana sobre o mundo - foram "herois". E você? Fez o que?!" - afirmam estes que consideram-se mesmo representantes do futuro prometido pela utopia garantida ao porvir. Com a disseminação da ideologia marxista pela via educacional, assinada e garantida pelo Estado, é o que muitos jovens gritam pelas ruas. Eles participam de passeatas pelo orgulho gay, vestem camisas vermelhas com o "companheiro Che" estampado na frente (sem saber do massacre de homossexuais promovido em Che), e cantam músicas de protesto. Tem no peito uma certeza, a da vitória da utopia no futuro prometido, e nem percebem que, no fim das contas, apenas tentam preencher o vazio metafísico (o vazio existencial) do homem moderno, que matou Deus em nome de sua "liberdade", com promessas de paraíso terrestre, de gozo total da liberdade nunca plena no aqui e agora da vida terrenal.

Foram essas utopias que, desde a revolução francesa pelo menos, justificaram o derramamento de sangue que se espalhou ao redor do mundo, e é em nome do poder do "ser humano livre e iluminado", que essa barbárie persiste:

A filosofia francesa do século XVIII e, notadamente, o materialismo francês não foram somente uma luta contra as instituições políticas existentes, mas também contra a religião e a teologia dominante, e, ainda... contra toda a metafísica, tomada no sentido de uma "especulação entravada" em oposição a "uma filosofia racional - Karl Marx, em “A santa família”

É assim que Marx, pagando tributo aos iluministas, afirmará que:

A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração, assim como o espírito de estados de coisas embrutecidos. Ela é o ópio do povo. A supressão [Aufhebung] da religião como felicidade ilusória do povo é a exigência da sua felicidade real. A exigência de que abandonem as ilusões acerca de uma condição é a exigência de que abandonem uma condição que necessita de ilusões. A crítica da religião é, pois, em germe, a crítica do vale de lágrimas, cuja auréola é a religião (MARX, 2010, p.145-146).


Assassinada a religião, resta a política. Resta o Estado, que se levanta como divindade do paraíso secular da humanidade iluminada. Mas tudo isso é ilusão. Continuamos e continuaremos condenados pela nossa própria liberdade, a viver as mesmas dores, a alimentar os mesmos vícios, a projetar no outro o ódio que temos de nós mesmos, e a pagar por nossas ações no tempo, condenados à finitude da vida, e à miséria humana, para além de qualquer política, para além de qualquer economia. O homem moderno, se revoltando contra Deus, revoltou-se contra a sua própria natureza, e hoje caminha desesperado pelo cemitério da humanidade, acorrentado por rédeas invisíveis que, quanto mais o sufocam, mais o fazem crer que ele é mesmo livre.




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Internauta rastreado pelo governo

*Artigo copiado de http://marcocivilnao.com/


Já comprou seu adesivo?
Usando como pretexto a defesa dos diretos humanos, o governo tenta aprovar uma lei que permitirá que todos seus passos na internet sejam registrados.
Os sites que você acessou, os videos que assistiu, os posts e comentários que fez no facebook, os downloads, as músicas que você ouviu…
Nós vamos engolir mais essa?
Epa, eu não quero! O que eu posso fazer?
O que todo eleitor deveria: fazer valer o seu voto.
Os nossos representantes na Câmara dos Deputados  votarão amanhã ( 13/11/2012)
projeto de Lei nº 2126/2011 que pretende criar:
“REGISTROS PREVENTIVOS DE TODA MOVIMENTAÇÃO NA INTERNET BRASILEIRA”.
Ou seja, vão rastrear e guardar tudo que você faz na internet, afinal, você pode ser um potencialBANDIDO.
LIGUE e peça para que representantes que você elegeu e  cujo salário é pago com seus impostos em Brasília defendam seu direito de privacidade e sua liberdade de expressão, VOTANDO “NÃO”, para acabar de vez com esse projeto.
Abaixo há uma lista com os nomes dos líderes dos partidos, a votação é amanhã ( 13/11/2012), ainda dá tempo de fazermos alguma coisa.
Ligar ou mandar fax causa mais impacto, mas se não puder, mande um email, toda manifestação conta!
E não se esqueça de espalhar a informação. No final da página você encontrará os botões para compartilhar.
Gaste 5 minutos do seu tempo para fazer valer a SUA LIBERDADE!

Telefone ,Fax e email dos Líderes dos Partidos

Entre em contato e peça voto contrário ao PL 2126-2011


Deputado HENRIQUE EDUARDO ALVES
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Partido/UF: PMDB / RN / Titular
email: dep.henriqueeduardoalves@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5539 – Fax: 3215-2539
Deputado BRUNO ARAÚJO
==================================================
Partido/UF: PSDB / PE / Titular
email: dep.brunoaraujo@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5718 – Fax: 3215-2718
Deputado GUILHERME CAMPOS
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Partido/UF: PSD / SP / Titular
email: dep.guilhermecampos@camara.leg.brTelefone:  (61) 3215-5283 – Fax: 3215-2283
Deputado LINCOLN PORTELA
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Partido/UF: PR / MG / Titular
email: dep.lincolnportela@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5615 – Fax: 3215-2615
Deputado ARTHUR LIRA
==================================================
Partido/UF: PP / AL / Titular
email: dep.arthurlira@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5942 – Fax: 3215-2942
Deputado RIBAMAR ALVES
==================================================
Partido/UF: PSB / MA / Titular
email: dep.ribamaralves@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5729 – Fax: 3215-2729
Deputado ANTONIO CARLOS MAGALHÃES NETO
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Partido/UF: DEM / BA / Titular
email: dep.antoniocarlosmagalhaesneto@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5939 – Fax: 3215-2939
Deputado ANDRÉ FIGUEIREDO
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Partido/UF: PDT / CE / Titular
email: dep.andrefigueiredo@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5940 – Fax: 3215-2940
Deputado JOVAIR ARANTES
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Partido/UF: PTB / GO / Titular
email: dep.jovairarantes@camara.leg.brTelefone:  (61) 3215-5504 – Fax: 3215-2504
Deputado RUBENS BUENO
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Partido/UF: PPS / PR / Titular
email: dep.rubensbueno@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5623 – Fax: 3215-2623
Deputado ANDRE MOURA
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Partido/UF: PSC / SE / Titular
email: dep.andremoura@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5846 – Fax: 3215-2846
Deputado ANTONIO BULHÕES
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Partido/UF: PRB / SP / Titular
email: dep.antoniobulhoes@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5327 – Fax: 3215-2327
Deputada JAQUELINE RORIZ
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Partido/UF: PMN / DF / Titular
email: dep.jaquelineroriz@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5408 – Fax: 3215-2408
Deputado ANTONIO CARLOS MENDES THAME
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Partido/UF: PSDB / SP / Titular
email: dep.antoniocarlosmendesthame@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5624 – Fax: 3215-2624
Deputado SARNEY FILHO
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Partido/UF: PV / MA / Titular
email: dep.sarneyfilho@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5202 – Fax: 3215-2202
Deputado JÂNIO NATAL
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Partido/UF: PRP / BA / Titular
email: dep.janionatal@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5671 – Fax: 3215-2671
Deputado DR. GRILO
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Partido/UF: PSL / MG / Titular
email: dep.dr.grilo@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5645 – Fax: 3215-2645
Deputado JOSÉ HUMBERTO
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Partido/UF: PHS / MG / Titular
email: dep.josehumberto@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5267 – Fax: 3215-2267
Deputado AUREO
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Partido/UF: PRTB / RJ / Titular
email: dep.aureo@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5581 – Fax: 3215-2581
Deputado EDIVALDO HOLANDA JUNIOR
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Partido/UF: PTC / MA / Titular
email: dep.edivaldoholandajunior@camara.leg.br
Telefone:  (61) 3215-5484 – Fax: 3215-2484