terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Carta aberta aos moralistas ateus:


Aos meus amigos ateus ativistas, aos que clamam pela retirada da frase "Deus seja louvado" das notas de real, e dos sinais religiosos das repartições públicas, e da proibição de orações nas escolas. A todos vocês, esta breve mensagem, e uma breve nota minha, que se segue ao vídeo:



É comum à humanidade o sentimento moral. Chocar-se com a tragédia ocorrida nos EUA é, pois, uma reação que esperamos de qualquer pessoa, seja ela teísta ou ateia, frequente ela uma igreja ou não. Mas quando em nome de uma filosofia política tomada como messiânica e professada pelos educadores se torna a razão de ser da moral, esta, ao sujeitar-se aos ideólogos do partido, faz destes os instituidores de uma moral forjada pelo homem e que, apesar disso, passa a imperar sobre esses mesmos homens. É assim que, quando em 1933 Hitler assumiu o poder na Alemanha - e pelo voto popular, é importante lembrar - o espírito nazista já pairava pelo país e tomava conta de corações e mentes esperançosas. Esperavam eles pelo mundo novo, onde enfim a raça ariana poderia celebrar seu poder, prometido pelo próprio Deus aos homem: Hitler funda assim mais que um partido, funda uma espécie de igreja, onde ele é o papa, e os seus fieis seguidores, cardeais, bispos e padres. Constituída a fé antropoteísta - o homem enquanto razão, princípio, meio e fim da religião política por ele mesmo fundada - mesmo evocando frases bíblicas pelo mero intuito de justificar sua barbárie - ela se torna incoerente em si, posto que o que ilumina a leitura dessas frases não é mais o verdadeiro espírito religioso, em respeito à transcendência, e sim o espírito materialista que requer ao ser humano a autoridade sobre si enquanto criador de si mesmo.

É pois preciso voltar aos discursos iluministas e com eles dialogar à partir dos resultados colhidos pela história. A ética kantiana, que serviu e ainda serve de estímulo àqueles que preferem justificar o direito sem referência ao Ser, deveria ser revista com base em seus frutos. É preciso sim reconhecer que o ser humano tem em si guardada uma luz, sua consciência moral, e que seguindo esta, poderíamos, ao menos à princípio, agir segundo uma lei que crêssemos dever ser seguida universalmente, como um imperativo categórico, e sem para tal abrigar-se na transcendência para justificar os atos tomados segundo esse princípio. Mas quando o homem se torna o princípio, o meio, e o fim de todas as coisas e em nome de sua automia insubordinada ao Ser, funda políticas messiânicas, o faz em parte para suprir o vazio metafísico que persevera em sua alma, e em parte em nome de sua comum tendência à negação dessa mesma transcendência contra a qual se revolta.

Mas esse ímpeto à transgressão que justifica a revolta e ganha corpo nas filosofias anti-metafísicas, revela sua insustentabilidade quando assistimos, por exemplo, mais de 6 milhões de judeus serem mortos pelo regime nazista, ou mais de 100 milhões de pessoas serem mortas em nome da utopia comunista. Não obstante, essa mesma insustentabilidade nega-se à si mesma quando, à posteriori, tentamos louvar os genocidas como herois, já que, ao menos "lutaram por um mundo melhor".

Reconheçamos: qualquer um, ateu ou teísta, pode ouvir a voz de uma verdade que se insinua no fundo de sua consciência, e que faz notar que tal atitude vai contra uma lei moral inscrita sem palavras. Mas em última instância, quando nos percebemos acorrentados pela armadilha que a humanidade construi para si mesma, devemos assumir que, em última instância, nos condenados à nossa própria miséria, a miséria humanista secular, que não quer como verdade nada que não seja, no entanto, relativo, e por isso mesmo contestável. Se, pois, não existe um Ser transcendente para ser o objeto ao qual toda a relatividade se volta, então estamos mesmo condenados à mera miséria humana, relativos a nós mesmos e, por fim, sujeitos ao próximo messias político do mundo novo que fundar seu partido ou ideologia salvadora.

Jeferson Torres


domingo, 16 de dezembro de 2012

Motivos pelos quais sou contra a aprovação da proibição da venda de armas para civis:


Sou contra a campanha pelo desarmamento, a não ser que todos os ladrões, e mesmo os Estados, estes também se desarmem. As armas usadas pelo crime organizado - e cada vez mais organizado - são obtidas pelo mercado ilegal, e não através do processo penoso que consiste em testes psicológicos, estudos aprofundados sobre a vida do pretendente a portador de arma e cursos de tiro, pelo qual um cidadão de bem deve necessariamente passar para adquirir uma arma, posto que para portá-la é necessário proficiência e responsabilidade. O termo que usei na frase anterior "cidadão de bem", talvez cause um certo estranhamento ou mesmo pavor diante de algumas pessoas, não sei se é o seu caso.

Por "pessoa de bem", eu considero aquela dotada de justiça, ou seja de inteligência corajosa e discernimento votado ao pagamento de cada qual segundo seu merecimento. Com efeito, ante uma situação que consista em risco de vida para uma criança, por exemplo, ou para a própria vida do pai de família diante da única escolha de matar por legítima defesa ou morrer, eu julgo justo matar: é justo matar quando o indivíduo o faz por legítima defesa, ou seja, para salvar sua própria vida quando a única maneira de fazê-lo é matando, e nesse caso, quando do confronto entre um "cidadão de bem" e um ladrão que porventura invadir sua casa para tentar roubá-lo ou matar seus entes queridos. E o bom uso do instrumento, como já dito, deve impor ao proprietário o dever irrevogável e inflexível de obter sua arma somente, e tão somente, satisfeitas todas as condições psicológicas, motoras e emocionais para tal.

Mas assim pensando, eu volto à definição prévia de "pessoa de bem", esse "monstro" criado pela "direita", como alguns preferem: aquele que prefere nutrir sua família com o suor de seu trabalho e tem seus bens por merecimento, tem direito a garantir a posse dos mesmos. Aquele que, por outro lado, fazendo uso da imposição da pena capital, extrai o fruto do trabalho de um - contra o direito à propriedade privada honestamente conquistada - pratica o mal, e deve por esse mal pagar.

A campanha pelo desarmamento propagada pelos meios de comunicação, sobretudo pela TV, parte de um bem, a campanha pela "paz", bandeira que clama ao fundo de nossa consciência moral. Mas, subvertida a moral em nome do poder, e estabelecido esse poder como fim último da política, sob a égide de Maquiavel, este bem serve de desculpa para o mal: requerendo daqueles que detém consigo uma arma em casa, que doem-nas ao poder público, a fim de que este possa dar fim a essas armas, mas qual será o fim desses instrumentos?

O crime é organizado, muito bem organizado, e cada vez melhor organizado. Quando a política se reduz à luta pelo poder, crime organizado e Estado podem celebrar um matrimônio consensual, com acordos entre a Polícia Federal e os chefes de quadrilhas, e entre esses e deputados, vereadores, prefeitos, governados, ou até quem sabe com o presidente. Afirmar que tal ocorre deliberadamente e de maneira corriqueira talvez seja muito arriscado, já que nesse contexto, também a imprensa pode servir aos intentos do órgão nascido do matrimônio diabólico e calar-se se bem paga para isso: em última instância, não é possível afirmar categoricamente que tal ocorre, mas é sempre bom duvidar da justiça humana, e algumas notícias que acabam por ser divulgadas pelos jornais e outros  meios de divulgação nos sugerem que esse acordo mútuo contra os cidadãos pode mesmo celebrar-se às escuras, nos bastidores do poder oficialmente instituído:


E diante do fato de que muitas das armas entregues às autoridades por ocasião da campanha do desarmamento acabam caindo nas mãos de marginais:


Ver também:


E também:



Mas a proposta mesma de desarmar a população não é novidade. Ela já foi empregada no passado, e sempre com sucesso: com o povo desarmado, o Estado pode armar-se contra o povo. É assim que, de minha parte, estou com o seguinte:




E vale a pena acompanhar a seguinte reportagem produzida pela rede Bandeirantes de Televisão, onde dados sobre o número de homicídios em relação ao porte de armas são apresentados de maneira bem sucinta e objetiva:




Mantenho-me contrário à campanha do desarmamento, já que, ao que tudo indica, trata-se de desarmar o cidadão de bem para, então, abrir um espaço livre à atuação do crime organizado.

Jeferson Torres

*Caso os Estados e todos enfim, se desarmassem, ainda assim homicídios continuariam a ocorrer pela ação de armas brancas, facas, espetos, pedaços de pau, etc, já que a violência tem base antes biológica que educacional: entendam crianças: a educação não nos salva, por completo, do animal que resiste sob nossa pele cilivizada.

 

Para saber mais:





quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Uma feminista contra Brian Adams:

 

Recentemente eu postei o vídeo acima no facebook. É o video-clipe da música "Have You Ever Really Loved a Woman?", do cantor e compositor Brian Adams, que foi tema do filme Dom Juan de Marco, estrelado por Johnny Depp e Marlon Brando. Tendo sido interrogado por uma amiga feminista sobre os motivos que me levaram a postar esse material no facebook, fui extremamente sincero e atencioso ao respondê-la: ao fazê-lo, não pretendi manifestar nenhum repúdio ao sexo feminino, nem tampouco levantar nenhuma bandadeira política. Mas ela insistiu no inquérito na tentativa de extrair a "verdade sobre os fatos". Julgou-me um machista egocêntrico, e responsabilizou-me pelo que chama de "ditadura do falo". Por fim, pediu para que eu publicasse sua análise sobre a música em questão no blog, pedido que atendo com prestatividade. Sendo assim, posto a seguir a resposta da feminista em questão - que preferiu manter-se no anonimato, e respeitosamente atendo a seu pedido. À letra traduzida para o português, seguir-se-à os comentarios dela, sempre clara e objetiva.

"Você Realmente Já Amou Uma Mulher?"

Comentário: A pergunta só pode ser mesmo retórica, já que responde a si mesma, dada a obviedade dos fatos: os homens são seres insensíveis, que pela sua própria natureza desconhecem o significado de tal verbo. Amar é um verbo inconjugável pelos homens, seres desprezíveis que só souberam humilhar as mulheres ao longo dos séculos, se agarrando à patética moral judaico-cristã, essa doença humilhante e escravista, e o discurso do senhor Brian comprova minha tese:

"Para realmente amar uma mulher, para compreendê-la
Você precisa conhecê-la profundamente por dentro
Ouvir cada pensamento, ver cada sonho"
 
Prega o dito popular, que "nem Freud explica as mulheres", o que é coerente e, apesar de tudo, perdoável: Freud pode ter sido um gênio, mas ainda assim, foi apenas um homem, nada mais. Não exijamos o que essa raça não pode dar: compreensão. Mas se nem mesmo um gênio pôde compreender as mulheres, o que dirá de ti, pobre Brian! Esqueça: não tente compreender o que está para além de qualquer possibilidade de compreensão. No mais, "ver cada pensamento, cada sonho"? É você uma espécie de oráculo ou coisa do tipo?
 
"E dar-lhe asas quando ela quiser voar
Então, quando você se achar repousando
Desamparado nos braços dela
Você saberá que realmente ama uma mulher..."
 
Notamos ai um Brian atencioso, fiel e constante, que declara seu desejo de libertar a mulher. Ele promete presenteá-la com "asas quando ela quiser voar". Mas o que fica subentendido àquelas que como eu conseguimos ler nas entrelinhas, é que toda essa melação - típica da hipocrisia machista - esconde os verdadeiros intentos do eu-lírico: aprisionar sua mulher, condená-la à escravidão do casamento, acorrentá-la à prisão da família, dos "bons costumes", e de toda a mentira vendida para as mulheres ao longo de dois milênios de cultura judaico-cristã patriarcal! Vocês duvidam de mim?! Duvidam?! Pois acompanhem meu raciocínio:

Refrão:
 
"Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela, realmente, é desejada
Quando você ama uma mulher
Você lhe diz que ela é a única
Pois ela precisa de alguém
Para dizer-lhe que vai durar para sempre.
Então diga-me: você realmente, realmente
Realmente já amou uma mulher?"

Chegamos enfim ao refrão da música. É nesse momento que temos a ideia fundamental da música: observamos aqui que o senhor Brian Adams, tal como lobo em pele de cordeiro, atrai a fêmea para o cativeiro, sem se importar com seus sentimentos, numa atitude digna de um tirano. Ele afirma que o verdadeiro amor consiste em realmente desejar a mulher como se ela fosse a única, dizendo pra ela que é a única: mas qual é o fim objetivado por estes meios? Estrategicamente frisei os versos que dizem "Pois ela precisa de alguém para dizer-lhe que vai durar para sempre" (sic)! É isso mesmo, vocês não leram errado: essa letra de cunho machista, quer converncer-nos de que a mulher é um sexo frágil, uma presa por excelência, feita somente para o cativeiro vitalício, para a prisão perpétua do casamento e dos "bons" costumes. Mas quem disse que nós mulheres precisamos de um verme machista como o senhor, senhor Brian?! Ora, nós mulheres, já libertas da ditadura do "macho rei", não precisamos de falos dominantes para ditar ordens sobre o que precisamos ou deixamos de precisar senhor Adams! Ponha-se no seu lugar! Mas esse representante da ditadura machista não para por ai, ele ainda continua seu discurso cínico:

"Para realmente amar uma mulher, deixe-a segurar você
Até que você saiba como ela precisa ser tocada
Você precisa respirá-la, realmente saboreá-la
Até que você possa senti-la em seu sangue
E quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela
Você saberá que realmente ama uma mulher"

Ao toque da fêmea cativa, responde o macho-rei: deixe-a segurar você até que você (ele) saiba como ela precisa ser tocada. Percebemos aqui uma fúria dominante típica da corja machista: o desejo de controlar totalmente a mulher, como se ela não passasse de um lixo, um mero objeto descartável em suas fétidas mãos que tem a onisciência de um deus soberano sobre o corpo feminino, à medida em que se julga sabedor do correto trato com a vassala. O desejo assassino beira o canibalismo, quando Brian sugere (metaforicamente?) que o homem deve "senti-la em seu sangue".

Esse verso, que chega a quase sugerir um ritual sacrificial onde a mulher serve como escrava aos objetivos crueis do homem, revela sua finalidade desumana nas frases finais da estrofe: 

"(...) quando você puder ver, seus filhos que ainda não nasceram dentro dos olhos dela, você saberá que realmente ama uma mulher"

 Eis então o único motivo desse jogo de controle pelo qual o macho-rei impõe à mulher o papel protagonista na história da humanidade: suportar por 9 longos meses um feto, mesmo indesejado, que depois servirá de prova do delito praticado pelo impiedoso macho que, não obstante, receberá os aplausos da alcateia patriarcal judaico-cristã: "parabéns papai, um lindo filho!" Mas me digam mulheres livres, emancipadas: precisam vocês de se sujeitar à prisão opressora da maternidade? E negar toda uma vida de prazeres carnais - sim, este tesouro antes reservado somente aos homens, e assegurado pela sociedade machista - em nome de um monte de um negócio que ele deixou na sua barriga? Afinal de contas, a barriga é sua ou dele?! Este vil representante da ditadura machista - sim, você mesmo, senhor Brian Adams! - envia um recado muito bem claro aqui à todas nós, mulheres do mundo: "só precisamos de vocês como depósito de porra!" Essa é a verdade nua e crua, verdade lúcida e auto-evidente que nenhum pseudo-romantismo de botique consegue mais esconder. Mas somos livres, lindas e donas de nosso próprio corpo, senhoras de nossa própria razão emancipada, e portanto não mais nos deixamos levar por esse blá-blá-blá machista barato! Ainda assim, o boçal, não contente com sua própria estultícia, continua:


"Você precisa dar-lhe um pouco de confiança
Segurá-la bem apertado, um pouco de ternura
Precisa tratá-la bem
Ela estará perto de você, cuidando bem de você
Você realmente precisa amar uma mulher. Yeah".
 
O senhor Brian Adams ensina nessa estrofe como enganar uma mulher. Prestem atenção e aprendam a não cair mais nessa estória da carochinha: ele recomenda que o algoz lance uma armadilha: "você precisa dar-lhe um pouco de confiança, segurá-la bem apertado, um pouco de ternura" (...) Percebe os indícios de um processo de tortura? O senhor Brian recomenda aos homens que apertem suas mulheres bem apertado, e promete que, agindo assim, "ela estará perto de você [do porco imundo machista!] cuidando bem de você". 
 
Mas já nesse momento não mais nos deixamos levar pelo seu discurso falacioso, senhor Brian, discurso que apela à emoção para anestesiar a razão da mulher emancipada: somos legião! Não perdoamos! Nos vingaremos! Juntas venceremos! Mulheres do mundo: uni-vos!
 
 
 
 
 




































Atenção: Este texto tem um caráter irônico. Se você, ao acompanhar a análise da música, concordou com o discurso totalitário da personagem feminista, sugiro que estude um pouco sobre o mito da opressão feminina e a mentalidade revolucionária. 

Jeferson Torres