terça-feira, 28 de agosto de 2012

FEMUPO 2012:

É com grande alegria que redijo estas palavras. O alimento desse prazer - que faz do meu cansaço mais leve - é a participação no FEMUPO 2012. O evento congrega músicos, compositores, letristas e cantores de todas as partes do Brasil que enchem Barueri de luz e som por três agitados dias de competição. O festival premia a "prata da casa", composições de artistas que vivem em Barueri, e a categoria livre, que compreende artistas de todo o país.

Neste ano defendi a música "Nasci desse chão", letra de Zé Barea, que musiquei e cantei, mesmo não sendo um cantor profissional. Da experiência fica aquele gostinho de inquietação que precede a apresentação, a voz de pessoas de todos os cantos, de Apá Silvino de Fortaleza, de Mara Amaral, do Marcelo Sol Posto, dos mineiros Anderson Torga, Rogério Guedes e Fran Oliveira, da bahiana Mariana Macedo, da paulistana Anna Tréa, com sua voz forte e timbre marcante acompanhada com um violão tão marcante qunto, e de tantos outros nomes e sobrenomes, corpos-vozes e presenças diretas ou indiretas que comungaram do prazer de ouvir e tocar, torcer e ter fé na vida.
 Este post é um salve para todos vocês e uma oração pela sorte na estrada. O desejo sincero de que cada um de nós que vivemos o FEMUPO 2012 possamos levar conosco um pouco de tudo isso pelos caminhos da vida.

Minha participação no FEMUPO 2012. Defendi a música "Nasci desse chão", de autoria de Zé Barea:


A vencedora na categoria melhor intérprete, Mariana Macedo, lá da Bahia. Ela defendeu a música Florespinho, de Edilson Dhio:



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PARA ACORDAR TUPÃ-SP: UM TEXTO APARTIDÁRIO:



*Para todos os(as) vereadores(as), bem como para o prefeito(a), seja os de hoje, seja os de amanhã, e todos os demais moradores da cidade. Se você é alguém avesso à leitura - a maioria das pessoas sente preguiça ao se deparar com um texto grande - leia-o em doses homeopáticas: um tópico por dia. Que tal? Desde já quero deixar claro que não se trata de propaganda política do partido A ou do partido B:


Índice:

1.Introdução.
2.Incurso histórico: quem vive de passado é museu.
3.Sobre a câmara dos vereadores.
4.E o que falta em Tupã?
5.O pior inimigo de Tupã: o tupãense:

6.Prólogo:
6.1.O verdadeiro papel da imprensa e a importância da internet.
6.2 Os problemas com as urnas eletrônicas


Apêndice:

- Links úteis

1. Introdução:

Este texto tem por objetivo tratar da atual eleição municipal na cidade de Tupã e propor aos candidatos, desde já, possíveis melhorias para o município. Como a redação será provavelmente lida por pessoas de outras cidades, tomo a liberdade de dizer que trata-se de uma pequena cidade situada no interior do estado de São Paulo cuja população é estimada em cerca de 65 mil habitantes, gente que paga suas contas, vai ao trabalho, assiste novela e dorme todos os dias. Nasci aqui, morei a maior parte de minha vida aqui, e aqui estou morando atualmente. Declaro-me, não obstante, pura e simplesmente indeciso quanto aos candidatos nos quais depositarei minha confiança, e esta é uma das razões pelas quais decidi ausentar-me da indicação de nomes para os cargos de vereador e prefeito da cidade, mas desejo, não obstante, aguçar o interesse da população pelo debate público sobre a gestão do município, que é, ou pelo menos deveria ser, de interesse de todos. Inquieto que sou, pergunto-me sobre os motivos pelos quais minha cidade natal continua a crescer a passos tímidos. Sendo eu um bacharel em artes cênicas, tenho interesse sobretudo pelas artes, mas bem sei que o lazer artístico e entretenimento constituem preocupações secundárias no que diz respeito à organização política de um município, e que portanto devem ter sua parcela de importância medida em relação aos problemas mais urgentes que não calam porque são inerentes à condição humana mesma, e sublinho que por "entretenimento", nesse contexto, não compreendo somente a mera diversão anestésica que visa suprimir o senso político, alimentando o "pão e circo" tragicômico de nossa desgraça: a gente não quer só teatrinho pra mostrar que a cidade "se preocupa com a arte" (...).

A seguir, empreenderei um breve incurso histórico que tem por fim apresentar um pouco do pretérito da cidade. Esta empresa é de importância tanto para o atual morador quanto para o estrangeiro que lê este artigo desde outra cidade. O primeiro poderá conhecer um pouco mais sobre a história de sua cidade, o segundo, conhecer o município tema deste discurso. Como defendo no subtítulo, "quem vive de passado é museu", mas ao mesmo tempo - e espero deixá-lo claro - não pretendo com isso desmerecer a história da cidade, muito pelo contrário:

2.Incurso histórico: quem vive de passado é museu:

Tupã já foi considerada a cidade que mais crescia no interior do Estado de São Paulo. Decidi agregar ao texto o documentário abaixo, extraído do Youtube e dividido em três partes. Trata-se de um vídeo promocional sobre a cidade realizado em 1959, quando Tupã contava 30 anos de idade. Ele fala sobre as escolas Joaquim Abarca e Índia Vanuíre, sobre colégio Buarque de Macedo e sobre o colégio Bartira - hoje, secretaria da educação - sobre as indústrias que na época existiam na cidade, e sobre a vida noturna de então, com destaque para as orquestras de baile que brilhavam na noite. Fala também sobre o esporte, com imagens de uma partida na qual atuou o Tupã Futebol Clube e uma luta de boxe de um pugilista local. Note que o locutor chama a cidade de "capital do progresso" e sublinha no último minuto do primeiro vídeo a beleza arquitetônica dos prédios da cidade:










Os vídeos acima apresentam um quadro de Tupã em 1959, quando a cidade contava trinta anos. É preciso notar que o documento tem caráter promocional, e que, portanto, sublinha os aspectos positivos da jovem cidade em expansão. Desde a realização do  documentário acima citado muita coisa aconteceu. A cidade não é mais a mesma, é evidente. Desde então Tupã mudou, é claro, negar essa realidade seria um equívoco disparatado. Mas até ai nada mais normal, já que uma cidade, como qualquer organismo vivo, passa por transformações: como a cultura, é um projeto em constante construção. Sendo assim, é tão perigoso o saudosismo nostálgico que louva o "passado glorioso", quanto o devaneio de sonhadores incautos que vislumbram o "paraíso" num futuro hipotético utópico, sob o risco de converterem sua idealização na razão inflexível para o exercício do poder, acabando por se afogarem no ópio do mesmo, impondo sua vaidade pessoal acima das necessidades da cidade.

Hoje os colégio Buarque de Macedo e Artur Fernandes - ambos citados no documentário acima - já fazem parte do passado. O primeiro, fundado em 1947, teve suas atividades encerradas em 2007. Já o colégio Arthur Fernandes deu lugar à escola Anglo. A cidade também já abrigou a FAFIT, Faculdade de Filosofia de Tupã, que dispunha dos cursos de filosofia, matemática, geografia e arquitetura. Perceba que na frase anterior, empreguei o verbo dispor no pretérito: Tupã dispunha de tal instituição de ensino superior, hoje não dispõe mais, e ao que pese a existêcia de outras faculdades privadas na atual Tupã, é evidente que nesse quesito - e por extensão em outros mais - Marília suplantou Tupã: enquanto Tupã perdeu cursos superiores, Marília os instituiu e trabalhou no sentido da consolidação de sua própria universidade particular, que hoje atrai estudantes de todo o país, colaborando assim para o desenvolvimento cultural, econômico e social da cidade.

Em 2002 Tupã recebeu o título de estância turística. Mas possui Tupã o mérito, ou somente o título? Se bem aproveitada sua história fosse, talvez pudesse mesmo servir-se da condição de estância turística, mas para isso, faz-se necessário o real investimento em arte e no patrimônio cultural do município, para além do culto alucinógeno do passado. A cidade tem passado, é verdade, mas vive o presente, e é no presente que se age rumo ao depois: quem vive de passado é museu.



3.Sobre a câmara dos vereadores:

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados por quem se interessa" - Arnold Toynbee

À propósito, você sabe quais são as funções dos vereadores caro leitor? Os vereadores tem a função de compreender as necessidades do município e proporem projetos que visem melhorar a vida dos munícipes, além de investigar a administração do prefeito objetivando evitar desvios de verbas, superfaturamento de obras e outras formas de enriquecimento ilícito sempre atraentes a quem ocupa um cargo de tal importância. Da mesma forma, o prefeito deve buscar se informar sobre o que ocorre na câmara dos vereadores e denunciar qualquer esquema de corrupção que acaso venha a ocorrer, além de também poder propor projetos de lei para a cidade. Quando entre a câmara dos vereadores e o gabinete do prefeito existe uma relação de mútuo interesse e cooperação para o assalto do dinheiro público - geralmente em conchavo com os órgãos de imprensa locais - o regime democrático se torna um embuste que engana muito bem a maior parte da população, aquela constituída pelos que se contentam com o suprimento de suas necessidades mais básicas, e votam em nome do mero assistencialismo conformista: se contentam com o suficiente e não reclamam por mais. Nesse aspecto, um município pode ser compreendido como o microcosmo do país, estando os vereadores para os deputados estaduais e federais tal como os prefeitos estão para os governadores e o presidente, e os pequenos jornais interioranos para os grandes órgãos de imprensa de alcance nacional e mundial.

No parágrafo anterior, tentei discernir o verdadeiro papel dos vereadores e do prefeito daquilo que não raro passa a ser sua empresa: seus objetivos devem ser não o de colaborar para o roubo do dinheiro público e a manipulação da imprena, mas para o desenvolvimento do município em todos os seus aspectos e em honesta relação com a população, mediante a propositura de projetos que visem este fim. Estes projetos devem ser apresentados na câmara dos vereadores e, se aprovados nesta instância, seguem para a aprovação ou não do prefeito. Cabe também aos vereadores exigir transparência do prefeito que, por sua vez, deve buscar a mesma transparência por parte dos vereadores e pode também criar projetos de lei que, sendo aprovados na câmara dos vereadores, passam a vigorar no âmbito municipal. Uma lei municipal - é importante saber disso - deve ser respaldada pelas leis de âmbito estadual e federal, nunca incorrendo em ato inconstitucional. É por isso que cabe ao vereador conhecer a constituição federal, a lei orgânica do município, além, é claro, da constituição e do código de ética de seu partido e o objetivo de seu trabalho. Os vereadores devem trabalhar em estreito contato com a população, servindo como sua voz junto ao prefeito e deputados estaduais e federais. Conhecer ainda que panoramicamente a constituição e os partidos políticos concorrentes é tarefa que, a bem dizer, cabe a qualquer cidadão, mas que é de suma importância principalmente a quem quer que pleite um cargo político. É por isso, e por outras razões, que a promoção de festas, a ceção de tijolos para alguém em particular, ou então o reles sorriso cavalar seguido de frases  de efeito como "confie em mim" ou "respeito por você", definitivamente não descreve um caráter digno de voto, pelo contrário, é ponto negativo na biografia política do candidato. É por isso também que um pequeno pedaço de papel com um nome e um número não diz nada sobre a candidatura do pretendente, servindo no máximo para sujar as ruas ou anotar um recado se sobrar espaço na folha.

Antes de dar continuidade a esse discurso, convido o leitor a visitar o site da câmara municipal da cidade de Tupã. É importante sua visita sobretudo neste momento, quando vivemos um ano de eleições municipais, mas também depois, a fim de acompanhar o trabalho dos eleitos. No site da câmara você poderá ler notícias sobre os projetos em tramitação e um resumo sobre a atuação de cada vereador atualmente no poder. Isso também é importante porque é comum a candidatura de um atual vereador a reeleição ou ao cargo de prefeito - como acontece nesse ano na cidade - e a biografia política do candidato, seu currículo, é o que deve determinar seu voto. O site da câmara dos vereadores de Tupã também dedica um espaço para as gravações das sessões camarárias, que você poderá assistir online. Fiz questão de acompanhar aquelas disponíveis para vizualização no site, além de ter lido o currículo político de cada um dos atuais vereadores antes de escrever este texto, e sugiro que, antes de continuar a lê-lo, você tome um tempo para fazer o mesmo. Você reserva um tempinho para a cerveja ou para a novela? Pois então dedique uma hora do seu dia para acompanhar as sessões da câmara. Se não puder assistir toda uma sessão num mesmo dia, assista um pouco a cada dia. Apenas uma sessão é celebrada por semana, então se você conseguir assistir 1/6 de cada sessão por dia, não perderá nada do que acontece todas as segundas-feiras à partir das 20h na câmara dos vereadores da cidade. Se você é daqueles que conseguem dividir sua atenção em tarefas múltiplas, poderá ao menos ouvir o áudio dos vídeos das sessões enquanto toma um café, faz a unha ou passa roupa. Não é o mais recomendado, mas se o problema for mesmo o tempo e você conseguir dividir seu foco, já será melhor do que simplesmente se omitir.


4.E o que falta em Tupã?

No começo de cada reunião da câmara dos vereadores de Tupã, um dos vereadores é convocado à tribuna para a leitura de um trecho da Bíblia, de acordo com o que dita o regimento interno da casa. Chamou-me a atenção o trecho lido no começo da sessão do dia 4 de junho de 2012 - curiosamente uma sessão na qual a paróquia São Judas Tadeu foi homenageada pelo seu cinquentenário - extraído do livro dos salmos, capítulo 128, versículos 1 e 2. Cito exatamente como lido pelo vereador falante na ocasião:

"Feliz aquele que teme a Deus, o Senhor, e vive de acordo com a sua vontade. Se você for assim, ganhará o suficiente para viver, será feliz, e tudo dará certo para você".

Na maioria das vezes em que a Bíblia é citada num discurso político, ela o é antes para acariciar o ego religioso de um país de maioria cristã, amenizando o senso crítico dos espectadores com o fim de melhor controlá-los, do que como manifestação honesta de respeito pelo cristianismo. Quem nunca ouviu o nome de Deus na boca de um político? Mas isso não quer dizer que aquele que fala "em nome de Deus" - seja ele uma autoridade politica ou eclesiástica - busque pautar suas ações pelos nobres valores do livro sagrado. A Bíblia pode ser, e é, muitas vezes usada como um instrumento de controle social muito eficiente sobre aqueles que tem muita fé em Deus e pouco senso crítico, e o versículo lido na sessão em questão, como acima citado, pode servir para tanto quando não compreendido como uma partícula de um organismo complexo, a Bíblia em seu todo. Sozinho, ele incita o fiel a depositar sua confiança em Deus e garante que, assim agindo, será feliz ganhando "o suficiente" (...). Mas será que a gente consegue ser feliz tendo somente "o suficiente para viver"? Eu, de minha parte, creio que a maioria das pessoas consiga: elas comem, fazem sexo, dormem e, suprindo assim o que é do âmbito das necessidades básicas do ser humano, descansam em paz num berço explêndido, enquanto os políticos corruptos que se aproveitam do sono do povo para se enriquecerem com o dinheiro público, riem dos eleitores pelas costas, tomando o devido cuidado de comportar-se novamente como cristãos convictos diante das câmeras, por vezes até citando versículos bíblicos nos palanques eleitorais e tribunas dos parlamentos.

Mas existem também aqueles que não se satisfazem com o "suficiente para viver" e, desejosos de melhores condições de vida, lutam por mais, são os que não querem só comer, beber e dormir: são esses os responsáveis pelas principais mudanças sociais na história da humanidade. Caso aqueles que no passado cruzavam milhas sem fim à pé ou em animais de carga não tivessem idealizado um meio de transporte mais rápido e eficiente e trabalhado no sentido de concebê-lo, talvez hoje não existiriam carros, caminhões e mesmo aviões. E pensar que alguns ainda culpam o "progresso" pelas mazelas do mundo, como se fossem os carros, e não os seus motoristas os verdadeiros culpados pelos acidentes de trânsito.

Mas a Bíblia não é um livro, é, na verdade, uma coleção de livros - por isso seu nome, do grego Biblos, livros - que mantem relações entre si formando um organismo complexo. Assim, é conveniente a leitura das Escrituras em sua integridade e um pouco de estudo de teologia e filosofia para saber ler as palavras ali grafadas sem se deixar levar por pastores ou padres desonestos, ou ainda por políticos inescrupulosos que escondem sua vileza por trás de beletrismos vãos e poses cristãs. Cabe citar o trecho lido no começo da sessão da câmara dos vereadores de Tupã do dia 10 de julho de 2012. Cito de acordo com a leitura do vereador leitor na ocasião:

Louvor a Deus, o Rei eterno: Que todo o meu ser te louve, ó Senhor! A vida inteira eu louvarei o meu Deus. Cantarei louvores a ele enquanto eu viver. Não ponham a sua confiança em pessoas importantes, nem confiem em seres humanos, pois eles são mortais. Salmo 146,1-3 (Grifo meu).

Depois de um silêncio de cerca de cinco segundos, o presidente da câmara seguiu com o cronograma da sessão. Eu não sei o que se passou na cabeça dos presentes na ocasião, mas na minha, só posso relacionar a citação bíblica aos senhores vereadores e a mim mesmo, já que tanto eles quanto eu somos seres humanos. A citação em questão recomenda não confiar em pessoas importantes, nem em seres humanos. Os vereadores são seres humanos, e certamente são pessoas importantes. A Bíblia recomenda a não depositar a confiança em pessoas importantes, nem em seres humanos. Moral da história: se você se julga um bom cristão - e mesmo se não é o caso, talvez ainda assim possa tirar bom proveito desse conselho - não confie tanto nos vereadores, prefeitos, advogados, juizes, no presidente da república, etc. Eles são pessoas, e pessoas importantes, e como acabamos de ver, a Bíblia nos recomenda a não depositarmos nossa confiança em pessoas importantes e seres humanos. Amém.


Fazendo uma leitura panorâmica no currículo dos vereadores da câmara e assistindo às sessões da mesma disponíveis no site, pude perceber que muito tempo tem sido perdido com moções para parabenizar moradores da cidade, conferir o título de "cidadão tupaense" a "ilustres" personagens da cena política estadual, conceder medalhas de honra e instituir outras parabenizações e homenagens para conhecidos empresários e/ou amigos dos vereadores, como a nomeação de ruas com o nome de falecidos, além de outras rasgações de seda que não repercutem de fato em prol da população, em nada melhorando a vida diária do cidadão (vide, principalmente, as sessões dos dias 23 de abril de 2012 e 10 de julho de 2012). Aprovadas as moções de parabenização - às vezes depois da defesa de sua importância pelo vereador propositor, quando o edil tem a oportunidade de dizer sobre como o Fulano de Tal é importante para a história da cidade, etc, o que já ocupa um bom tempo - são só aplausos e fotos, e o parabenizado recebe um certificado com o nome do vereador autor da moção e assinado pelo presidente da câmara. Para se ter uma noção, basta dizer que de 02/01 a 06/07/2012, foram aprovadas 165 moções entre parabenizações e manifestações de apoio a um determinada iniciativa privada, ou pesar pela morte de alguém, de acordo com os dados do site da câmara dos vereadores de Tupã. No mesmo período do ano de 2011 foram 149 moções, e em 2010, 122 moções foram propostas neste mesmo espaço de tempo, ou seja, assistimos a um crescimento no número de moções de parabenização, homenagem, pesar pela morte de alguém, etc. Já quando se trata de projetos de lei, de 02/01 a 06/07/2012 - portanto neste ano de eleições - foram propostos 44 projetos de lei. No mesmo período do ano passado, 29 projetos de lei foram levantados, e no período em questão foram propostos, em 2010, 35 projetos de lei: os números indicam que houve um aumento de moções e um descréscimo de projetos de lei nos últimos anos, mas o presente ano teve mais projetos de lei propostos do que os dois anos anteriores, o que pode ser explicado por se tratar de um ano de eleições municipais. É verdade que um número excessivo de projetos de lei em tramitação pode atrapalhar o andamento dos trabalhos da câmara, mas é melhor perder toda uma sessão camarária com a discussão de um projeto de lei de interesse para a população e importante para o município, que dedicar a maior parte do tempo à aprovação de moções de homenagem, pesar, etc, como é de costume.

Quanto as indicações, são em sua maioria dedicadas ao asfaltamento de ruas, reforma de praças, construção de novas praças, revitalizações de praças, reparos menores nas praças, instalação de lombadas e outras medidas meramente paliativas. Assim ficamos: a cidade cresce a passos lentos, com novos asfaltamentos, lombadas e, principalmente, praças - isso é o que não falta - além das creches, é claro. O resto é com vocês da iniciativa privada, e se você for um empresário de sucesso e amigo dos vereadores, um médico atuante, padre ou pastor conhecido na cidade pelo seu trabalho de assistência social, ou simplesmente por ter feito sucesso com algum empreendimento no exterior, "levando o nome da cidade" para fora, a câmara aprova uma moção e o parabeniza pelo seu trabalho, e até quem sabe, quando morrer, sua família receberá os pesares pelo seu passamento.

Quanto às creches, sem negar sua indiscutível importância - muito pelo contrário, a construção e manutenção de creches é de importância inconteste - cabe notar que nem só de creches, asfaltamentos, praças públicas e moções de honra, congratulações ou pesar vive uma cidade. É verdade que os pais cujos filhos são legados às creches podem trabalhar mais tranquilamente (pelo menos em tese), mas também é verdade que elas, as creches, muitas vezes acabam se convertendo em depósitos de crianças frutos de relacionamentos indesejados onde os pais esperam da creche um papel que não lhe cabe, a saber, o de empreenderem o tipo de educação que deve vir de casa.

E o que dizer das praças públicas? Bem, elas podem até embelezar a cidade - mas isso também é muito relativo, porque uma praça pode também "sujar" a imagem do espaço dependendo de sua localização e arquitetura - mas não trazem novidade de fato à cidade: se são apenas um enfeite que esconde problemas de maior importância, podem acabar se transformando em nada mais que um belo ponto de encontro para traficantes, como de fato acontece. Nem só de creche vive a criança, nem só de ruas asfaltadas com quebra-molas e lombadas, ou da construção e reforma de praças públicas e outras medidas paliativas vive a cidade. Já sobre o abusivo número de moções de pesar,  aproveito esse momento para, pegando carona no vício que atrasa o desenvolvimento social, propor e aprovar minha própria moção de pesar:  manifesto o meu sincero pesar pelo abusivo número de pesares que pesam sobre a cidade.



Dentre as sessões da câmara disponíveis para serem assistidas no site da Tv Câmara, aquela do dia  21 de maio de 2012 me chamou a atenção por conta de um incidente pouco comum em seu desfecho. A reunião é encerrada com um pedido do presidente da câmara aos vereadores: ele convoca seus pares para uma reunão particular na sala ao lado depois da sessão para "discutir assuntos que são de interesse dos senhores vereadores". Ora, mas que assunto pode ser de "interesse dos senhores vereadores" somente, e que não diz respeito aos cidadãos tupãenses que os elegeram? Esse tipo de atitude só pode gerar a desconfiança da população e abrir espaço para especulações de toda a sorte. Será que o jornal Diário, a Folha do Povo, a Rádio Tupã ou qualquer outro órgão de imprensa pode aclarar a situação com informações corretas sobre o que ocorreu na tal reunião? Algum vereador se manifestou ou se manifestarà à respeito? Creio que não. Trata-se de um evento do passado que passou despercebido pelos órgãos de imprensa locais e por certo não será investigado com maior atenção. De qualquer forma, fica aqui um conselho aos edis: procurem não convocar reuniões particulares para discutir "assuntos de vosso interesse" depois das sessões, ao menos não o façam diante das câmeras da Tv. Isso pode gerar desconfiança por parte dos espectadores-eleitores. Fica a dica!



Passando para um outro ponto importante, trato neste parágrafo da falta de indústrias e de instituições de ensino superior em Tupã. Sobre a carência de indústrias, pude ouvir uma justificativa para esse problema que merece a devida atenção: o problema da energia elétrica. A cidade tem por padrão uma corrente elétrica de 220v, o que é pouco atraente para indústrias de grande porte dado o consumo de energia elétrica necessário para a sustentação das máquinas. É um ponto que vale a pena ser considerado, já que energia significa dinheiro: esse problema poderia ser sanado - ao menos amenizado - com a redução do número de moções de todo tipo, dando espaço para a criação e aprovação de leis de incentivo fiscal para as indústrias de fora, ou ainda da promoção de estudos visando a alteração da corrente padrão para 110v, aproveitando o grande número de equipamentos eletroeletrônicos bivolts já em atuação na cidade e daqueles que possuem chave seletora de voltagem, além do uso de transformadores. Por certo a medida, se possível, trará um certo transtorno aos moradores, mas se colocarmos na balança seu custo/benefício e este se mostrar favorável para o crescimento econômico do município, deve ser estudada a possibilidade de sua concretização.

Também no sentido de incentivar o crescimento não só do parque industrial tupaense, mas da cidade em todos os seus aspectos, seria de muito proveito a criação de uma universidade que agregasse cursos das áreas de humanas, exatas, biológicas e artes. Sobre isso posso dizer de minha experiência pessoal, já que, enquanto morador de Londrina-PR, pude constatar a importância da Universidade Estadual de Londrina (UEL) para o desenvolvimento social e econômico daquela cidade. A presença de uma universidade é estímulo para estudantes em potencial, que de outros lugares do país podem vir para Tupã estudar, estabelecendo assim um intercâmbio que enriquece a cidade cultural e economicamente. Pessoas são consumidores, compram e vendem, tem projetos, objetivos de vida: o estudante universitário, enquanto habitante da cidade, abastece o mercado imobiliário e todo o comércio local, garantindo lucros para pequenas e médias empresas, e depois de formado poderá continuar a morar no município, continuando a contribuir para seu crescimento.

Atualmente a cidade tem cinco instituições de ensino superior, totalizando catorze cursos de graduação e seis cursos de pós-graduação. A FADAP/FAP oferece os cursos de direito, psicologia e enfermagem, além de uma pós-graduação em enfermagem obstetrícia. A  FACCAT dispõe dos cursos de administração, ciências contábeis, ciências econômicas, pedagogia, publicidade e propaganda, jornalismo, e licenciatura em computação, além da recém inaugurada pós-graduação em literatura brasileira. A  ESEFAP abriga os cursos de educação física, enfermagem, nutrição, e três opções de pós-graduação. Mas só o campus experimental da UNESP (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho), é responsável por 5% da renda do município - segundo dados do site da câmara dos vereadores, mais especificamente da seção "aspectos gerais" - muito embora possua apenas um curso superior e um curso de pós-graduação, o que comprova a importância de uma universidade estadual para a cidade que a comporta.  É preciso considerar também que o estudante universitário é acima de tudo um profissional em formação: a universidade atua então como um centro formador de mão-de-obra para o mercado de trabalho, um instituto que beneficia a cidade atraindo indústrias interessadas em aproveitar os profissionais que saem das universidades em busca de emprego. O campus experimental da UNESP pode caminhar ou para sua consolidação ou para sua extinção, e é bem melhor para a cidade que ele tome a primeira direção, objetivo pelo qual a FEMTUPA (Fundação Educacional Municipal de Tupã) e toda a população deve se mover. Outra possibilidade a ser estudada como não excludente em relação à anterior, é a da constituição de uma universidade própria de Tupã a partir da congregação de interesses comuns às faculdades já instaladas na cidade - a exemplo de Marília, que nesse ponto saiu na frente com a UNIMAR.

No que diz respeito às artes e entretenimento, temos um festival amador de teatro que em 2012 chegou à sua 11ª edição. A história deste festival se confunde à história do teatro em Tupã. O crescimento econômico da cidade, que concebo aqui em função da universidade que pressuponho com investimento ostensivo na área da educação, repercutiria no âmbito do entretenimento e das manifestações artísticas locais, à medida em que empresas de médio e grande porte e indústrias - as principais patrocinadoras de eventos artísticos, ao lado das instituições bancárias - tomassem noção do benefício que podem conquistar mediante a vinculação de sua marca a eventos como o festival de teatro. Incentivando a produção cultural local com festivais não só de teatro, mas também de outras artes, como música, dança e literatura, a cidade garantiria seu espaço enquanto estância turística de fato e poderia efetivamente ganhar o mérito de assim ser chamada, atraindo pessoas interessadas no intercâmbio artístico próprio aos festivais.



Sendo assim, em resumo, eu proponho aos vereadores que ocuparão as cadeiras da câmara, bem como ao prefeito(a) a fiarem-se pelas seguintes metas:


1) Menos indicações e moções honrosas para personalidades da cena política, manifestações de pesar por falecimentos, e outras rasgações de seda, e mais projetos que visem o real crescimento da cidade. Mais vale uma sessão inteiramente dedicada à discussão sobre um projeto de lei importante para o município, que dez sessões destinadas à aprovação de inúmeras moções de honra, ou manifestações de pesar.

2) A criação de uma universidade para a cidade, de preferência uma universidade estadual, ou da criação de uma universidade particular a partir do diálogo entre as faculdades atualmente instaladas em Tupã, que podem caminhar no sentido de uma congregação à partir de interesses comuns.

3) Investimento no crescimento do campus experimental da UNESP a fim de trazer cursos de todas as áreas para a cidade, o que se refletirá diretamente no desenvolvimento econômico e social do município.

4) O crescimento do parque industrial, que pode desenvolver-se à partir da universidade, centro de formação de mão de obra especializada para atuar nas áreas da saúde, educação, agropecuária e artes. Aprovação de leis de incentivo fiscal para indústrias, visando atraí-las para o município.

5) A criação da secretaria de cultura (chega a ser cômico que uma cidade considerada estância turística não tenha uma, conferindo à cultura nada mais que um gabinete dentro da secretaria de turismo) e de um conselho de cultura que atue para o estímulo da produção artística local, objetivos respaldados pela "Lei Cidinha Faleiros", que não pode ficar só no papel, como aliás o próprio prefeito em exercício na ocasião de sua aprovação declarou (confira aos  34:22 deste vídeo). A cerimônia de aprovação da "Lei Cidinha Faleiros" teve toda a pompa e circunstância, mas não pode entrar para a história da cidade como uma mera festa promovida para o público aplaudir a mera assinatura de mais uma folha de papel e nada mais.

Na sessão do dia 2 de abril de 2012 foi feita pelo presidente da câmara uma indicação (indicação145/2012) pela desvinculação da secretaria de cultura da de turismo. A indicação foi na ocasião aprovada por unanimidade. Trata-se de uma iniciativa que, se concretizada, poderá favorecer a produção artística local, ainda que o município possa e deva tirar proveito de uma boa relação entre as secretarias de cultura e de turismo, é preciso garantir a separação entre ambas. A produção artística local pode e deve servir como atrativo turístico (vide o próximo ítem desta lista), mas ela é um fator que independe do turismo mesmo. Outro ponto positivo poderia ter sido a consagração da cidade,  nas vias da lei e de fato, como capital nacional da fotografia, com o consequente investimento na produção fotográfica local como atrativo turístico: instituição de um museu da fotografia, exposições fotográficas, etc. A fotografia é uma forma de arte que pode servir para o registro da história da cidade. Tupã já é polo estadual da fotografia, mas não nacional. Recentemente Tupã competiu com a cidade de Santa Fé-PR pelo título de capital nacional da fotografia: Santa Fé saiu na frente e ganhou a disputa. Bom pra Santa-Fé, mau pra Tupã. Só nos resta parabenizar a cidade paranaense. Será que farão uma moção de congratulações àquela cidade por isso? Seja como for, o jeito é não ficar chorando as mágoas pelo leite derramado e seguir em frente.

6) A criação de mais festivais de artes - como um festival de música, por exemplo - além do aumento do fomento ao festival de teatro já existente e da melhoria do patrocínio à orquestra municipal. Dizer que um festival de arte atrai o público interessado para a cidade, e que esse público é formado por consumidores que movimentam o mercado além de conferirem um frescor cultural à cidade durante o período do evento é dizer o óbvio. Mas o fato é que o festival de teatro de Tupã continua de pé mais pelo interesse dos grupos de teatro da cidade - sobretudo do grupo Ágape de Teatro - que da prefeitura municipal.

7) Criação de um programa municipal de incentivo à cultura. Londrina já possui o seu, e pela minha experiência naquela cidade posso dizer que a existência de um programa municipal de incentivo à produção artística local faz toda a diferença para a cidade. Aliás, é uma forma muito mais inteligente e interessante de homenagear a classe artística local, muito melhor do que aprovar moções de parabenização ou outras honrarias dedicadas a artistas da cidade: aplausos não pagam as contas do mês.

8) Promoção da cidade, de sua história e atrativos turísticos através da rede mundial de computadores. Sites como YouTube, por exemplo, podem servir como uma vitrine. Vídeos promocionais divulgados com o intuito de atrair investimentos estrangeiros para a cidade devem ser sempre benvindos.

9) Resgate da história artística da cidade mediante exposições no museu Índia Vanuíre, com fotos e vídeos sobre a história do teatro, da música, e dos artistas plásticos tupãenses. De uns tempos pra cá o Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre cresceu. Seu interior foi reformado e o recinto ganhou com isso uma cara nova, modernizando-se sem perder sua personalidade própria. Agora é aproveitar-se da história da cidade, valorizando-a frente aos tupãenses em consonância com políticas de patrocinio à produção artística local.

10) A veiculação das sessões camarárias de Tupã no YouTube, a fim de que aqueles que possuem conta no site possam comentar livremente sobre as reuniões dos vereadores da cidade e divulgá-las mais facilmente na rede. Além de facilitar o acesso do munícipe à câmara dos vereadores, essa iniciativa conferirá maior transparência à casa.

11) Jornalismo mais investigativo, fazendo jus à liberdade de imprensa, que deve buscar uma real interatividade com a população em favor de suas necessidades (volto a esse assunto no prólogo).

12) Existe um tipo de servidor público muito comum na cidade, na verdade, muito comum em todo o Brasil. Trata-se do funcionário público municipal que, tendo conquistado seu emprego mediante concurso público - ou por indicação de "gente importante" - acomoda-se em sua posição de conforto e vive somente para bater cartão. Ele protesta por melhores salários sempre, e faz questão de lembrar de sua importância para a organização da cidade, mas na verdade é alguém que só quer mamar nas tetas do governo e garantir seu lado. Esse é o tipo de pessoa que vota não para favorecer o desenvolvimento do município, mas sim para favorecer-se a si mesmo. Ele é o mantenedor que dá razão aos vereadores e prefeitos que acariciam a classe com presentinhos pra ganhar voto. Pouco importa para estes os demais setores da sociedade: ele vota para si, antes de mais nada, e se tudo vai mal, mas seu bolso está garantido, então, para ele, nada vai mal. Como grande parte da população é formada por servidores públicos municipais desse tipo, as promessas e ameaças feitas na época das eleições aos servidores públicos continuam sendo um sério problema para município. Lembre-se: na hora do voto é você com sua consciência. Pense em ti - é óbvio que o favorecimento pessoal compete na escolha do voto - mas amplie sua obervação para além das cercas de tua classe, cor, religião ou profissão: seja como for, sua escolha é pessoal, mas é também coletiva, à medida em que afeta diretamente todos os moradores da cidade, pessoas das mais variadas cores, classes, religiões e profissões.

13) Tupã já conta com apresentações para cá trazidas pelo circuito SESC, mas carece de uma unidade do Serviço Social do Comércio de fato instalada na cidade, aproveitando-se do benefício da unidade de Presidente Prudente. Fosse esta lacuna preenchida com um SESC Tupã, a cidade passaria a  beneficiar-se dos projetos do SESC para o município, como os cursos e apresentações artísticas que a instituição oferece.

Caso esses 13 pontos forem respeitados - sobretudo aquele que visa a redução do número de moções honrosas e notas de pesar em prol de um maior número de projetos de lei que visem o real desenvolvimento municipal - creio que a cidade experimentará uma fase de franco crescimento sócio-econômico acompanhado pelo florescimento do seu potencial artístico. Caso contrário, os tupãenses continuarão a buscar formação universitária em outros lugares do Brasil - dada a carência de cursos superiores na cidade - ou então, recém-formados, transferir-se-ão para outras cidades, talvez vingando, talvez não, e quem sabe até ganhando uma parabenização da câmara por ter em outras partes do mundo se estabelecido e feito sucesso como profissional de lustre, assim "fazendo o nome de Tupã conhecido".

*Não creio que seja possível acabar com a corrupção, posto que a tentação do lucro, seja monetário, seja de qualquer ordem, é o pecado cotidiano que nos faz iguais na desgraça. Mas é possível amenizar o problema denunciando casos de favorecimento ilícito e mau emprego do dinheiro público. Nesse quesito é mister da imprensa e da internet servir de tribuna para denúncias fundamentadas: cada vez mais a internet se impõe como uma livre tribuna para a discussão de ideias e proposição de projetos: siga meu exemplo e faça uso desse meio para opinar sobre sua cidade.


Tendo levantado esses pontos para companheiros de cidade, obtive respostas na maioria das vezes meramente derrotistas. Alguns dizem simplesmente que Tupã é assim mesmo, uma cidade de velhos, na qual vale a pena viver a terceira idade, passar os últimos dias de vida lembrando do passado, e que é uma cidade pequena mesmo, que assim é e assim será. Algumas pessoas chegam até a levantar a hipótese da maldição de um padre que teria dito que essa cidade passaria por um período de cinquenta anos de estagnação, e assim culpam a metafísica pelo marasmo do município. Se você também pensa assim, espero que se reconheça no personagem que descrevo próximo capítulo deste texto:o pior inimigo de Tupã:


5.O pior inimigo de Tupã: o tupãense:

Muito embora este discurso seja direcionado mais especificamente aos atuais e futuros ocupantes das cadeiras da câmara dos vereadores e ao atual e futuros prefeitos(as) da cidade, não posso deixar de notar a falta de interesse dos próprios tupãenses com respeito à cidade na qual vivem. O crescimento econômico da cidade é obra não apenas do governo, mas também - e poderia dizer até sobretudo - dos munícipes, à medida em que agem em função do desenvolvimento do município e em diálogo franco com os vereadores e prefeito. Delegar ao Estado a responsabilidade de tutelar o povo, como uma espécie de pai supremo, poder político e econômico que vise impor a igualdade de renda aos trabalhadores é o que pretendia, em princípio, o comunismo, e o resultado foi a desgraça dos regimes de Stálin, Mao, Pots, etc. (...) O poder público deve ser compreendido para além daquele que é de responsabilidade dos vereadores, prefeitos, deputados, governadores ou do presidente, ele é o poder do povo, da população politicamente atuante.

A Água Doce Cachaçaria comprova isso: trata-se de uma empresa nascida nesse município, mas que vingou e cresceu, espalhando filiais por todos os estados, e hoje é conhecida e reconhecida em todo o Brasil. O mesmo pode ser dito da Amendupã, outro exemplo de empresa de nome que exporta seus produtos para várias regiões do globo. No que diz respeito à produção artística local, temos a exímia cantora Thais Fonseca, a big band Leopoldo e Orquestra Tupã, além da artista plástica Cidinha Faleiros, da Orquestra Municipal Maestro Júlio de Castro, e tantos outros nomes inscritos na história da cidade, que merecem todo o respeito e apoio, como o guitarrista Bô Bernardi, atualmente residente na Bahia.

O pior inimigo de Tupã é o tupãense, como afirmo no título deste capítulo e faço questão de reforçar. Mas não falo de todos os tupãenses, talvez da maioria deles, do tupãense comum, aquele que cumpre com o que tem como seu principal dever de cidadão: odiar a cidade, rogar praga nessa terra e falar mal dela pra todo mundo sempre que tiver uma oportunidade pra isso. Se alguém pergunta se vale a pena investir na cidade, ele responde com prontidão prestativa sempre alerta: não faça isso, procure outro lugar pra depositar seu dinheiro, isso aqui não dá futuro pra ninguém. Eu mesmo confesso que já fui desse tipo, mas hoje mudei de perspectiva: não nego todos os problemas que a cidade tem - muito pelo contrário, e esse texto tem por objetivo colocar o dedo nessas feridas e expô-las ao público - mas é claro que se alguém demonstrar interesse em investir na cidade e pedir minha opinião, sem esconder seus pontos negativos, também o farei saber de seus pontos positivos.

O pior inimigo de Tupã é o tupãense que, muito embora tenha dinheiro para investir na cidade, prefere investir fora daqui pelo desânimo e desinteresse que insiste em nutrir pelo local. O seu lema de vida é: Tupã não tem jeito mesmo, vamos largar isso aqui às traças e procurar oportunidades melhores por aí. Ele tem residência na cidade, mas prefere investir em outros municípios, abrindo empresas em outros lugares onde ganha dinheiro e não se esquece de falar daqui pra quem quer que pergunte sobre a cidade. Recentemente tive uma conversa com um empresário tupãense que fez muito bem em não dar ouvidos ao conselho desse tipo de pessoa. Contou-me ele que, pouco antes de voltar pra cá a fim de instalar sua empresa, ouviu de amigos que aqui moravam uma previsão assustadora: se ele decidisse mesmo investir na  empreitada, com toda a certeza fracassaria, porque, segundo estes, não vale a pena investir em Tupã. Mas ele não ligou para olhos gordos e derrotismos vazios e abriu mesmo o restaurante. Hoje sua empresa já tem 5 anos de sucesso, e seus amigos derrotistas, bem, não sei do paradeiro deles.

Tem também o tupãense que faz da sua inveja a razão mesma de sua empresa: quando tem conhecimento de uma iniciativa interessante de um empreendedor inteligente, ele não pensa em buscar parcerias, prefere armar um jeito de destruir aquele que considera seu inimigo para suplantá-lo, e enfim imperar sobre ele depois. Abriu um tipo de loja que vende um bem antes não disponível na cidade? Ele abre uma loja do lado da primeira e passa a vender as mesmas utilidades a preços mais baixos, talvez até levando um certo prejuízo inicial, até que a primeira loja declare falência e ele possa se estabelecer como monopólio. Não busca melhorar-se como pessoa, mas simplesmente ser melhor que o outro, sem perceber que assim age contra a cidade e contra si mesmo.

Mais acima eu sugeri a instalação de uma unidade do Serviço Social do Comércio (SESC) na cidade. Talvez esse objetivo poderia ser defendido pelo sindicato dos comerciários - já muito atuante, aliás, com prêmios internacionais até - junto à instituição e com o apoio da prefeitura municipal. Será possível? E quanto a criação de uma universidade particular por aqui? Existe interesse por parte dos responsáveis pelas faculdades já existentes? Já pensaram no quanto vocês - e consequentemente a cidade - poderiam ganhar com isso? E quanto a produção artística local? Que tal investir no teatro tupãense, ou na música, patrocinando algum evento e dele se aproveitando como uma vitrine para sua marca?

Sendo assim, caro morador de Tupã ou natural daqui hoje vivendo em terras distantes: quando lhe perguntarem sobre a cidade, não deixe de apontar seus problemas, porque apontar problemas e sugerir saídas é uma forma de ajudar, mas não se esqueça de também apontar seus pontos positivos:

- Ótima qualidade da água
- Matriz da Água Doce Cachaçaria. Você pode perguntar ao amigo: já foi na cachaçaria "Água Doce" alguma vez? Então, ela nasceu aqui.
- Pergunte a seu interlocutor: "Já provou os produtos da Amendupã? Então, é uma empresa daqui!"
- Temos artistas muito bons, alguns que vivem aqui, alguns que nasceram aqui, e muitos que por aqui passaram (como já escrevi acima, valorizar a história da cidade, sem cair no ópio da nostalgia, no louvor ao passado somente, é uma boa ideia).Divulgue-os!

Por fim, não se esqueça de assistir as sessões camarárias, seja in loco, na própria câmara, seja por meio da internet, e propor ideias para o município, chamando a atenção de seus amigos e dos vereadores por meio das redes sociais.


6.Prólogo:

6.1 O verdadeiro papel da imprensa e a importância da internet:


"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique, todo o resto é publicidade" 
- George Orwell.

Em 1942 o cineasta e ator americano Orson Welles causou furor em Hollywood com "O cidadão Kane", uma obra cinematográfica que hoje figura em qualquer elenco de filmes importantes, tendo sido considerado por muitos críticos como o mais importante filme da história do cinema. O filme conta a história de um magnata que compra um jornal a fim de fazer dele um instrumento de controle da "opinião pública". Em 1993 foi produzido pelo jornalista inglês Simon Hartog, da BBC de Londres, o documentário "Muito além do cidadão Kane", um trabalho crítico sobre Roberto Marinho e a Rede Globo de Televisão que traz depoimentos de diversas personalidades do meio político e artístico brasileiro sobre a manipulação das informações pela maior rede de TV do Brasil. Trata-se de um exemplo de crítica à imprensa empreendida por um outro órgão de imprensa. Não é à toa que a imprensa é chamada por vezes de "o quarto poder" - à propósito, este, título de um outro filme muito bom dirigido por Costa Gravas - ela promove ideias que passam a ser tomadas como a "opinião pública" mesma: aponta "dados", manipula "estatísticas" e as transforma em manchestes que sugerem que o  "povo" quer isso ou aquilo, prefere o candidato A ao candidato B, etc. O cidadão médio, crente na imparcialidade e veracidade dos dados que viram notícias de jornal, tende a votar no candidato que, segundo as pesquisas, está "ganhando a eleição". Vou votar em candidato perdedor e, assim, jogar meu voto no lixo? - pensa ele, como se a lógica das eleições fosse a mesma de um campeonato de futebol.


O mecanismo descrito no parágrafo acima é compreendido pela alemã Elisabeth Nöelle-Neumann como uma "espiral do silêncio": as opiniões tendem a ser expressas mais explicitamente à medida em que parecem consoar com a "opinião da maioria", as opiniões mais solitárias, por sua vez, tendem a não serem expressas justamente pelo receio do indivíduo de se sentir solitário, como uma voz sozinha no meio da multidão. Uma estratégia política muito comum é promover a demonização de um jornal ou revista em específico a fim de fazer com que as pessoas tenham receio em dizer que o leem ou assistem, e garantir que somente o ponto de vista do jornal patrocinado pelo partido A seja valorizado, a despeito do jornal que apoia o partido B. Mas essa estratégia só vinga quando existem posições contrárias na cena jornalística e, portanto, o embate de ideias. Se s imprensa é comprada pela força da grana, curvando-se aos interesses políticos e se cala diante dos joguetes de cima fazendo vista grossa para esquemas de corrupção, então compactua com o crime e é, pelo consentimento, também culpada pela situação. Esta é uma estratégia muito comum, mas que geralmente dá certo. Sugestão: duvidar até mesmo do que os jornais apresentam sob o título de "opinião pública", "opinião da maioria", "as pesquisas comprovam que (...)", etc.

Esse é um problema de ordem mundial, uma questão que diz respeito a todo o mundo, e sobretudo numa época como a nossa, onde a todo momento somos bombardeados por informações de todos os lados da "babel multimidiática pós-moderna", se aproximar do que se lê com uma dúvida cautelosa é sempre uma boa ideia, aliás, você pode começar a exercitar essa ideia desde já enquanto lê minhas palavras. No que diz respeito à imprensa local, percebo por aqui mais um jornalismo publicitário - uma vitrine para o esporte, casos policiais e outras miudezas, como o horóscopo diário, mensagens de auto-ajuda, além das costumeiras notícias sobre novos asfaltamentos, construção e reforma de praças e creches, etc - que investigativo. Não tenho conhecimento sobre matérias veiculadas pelos jornais locais denunciando desvios de verbas, superfaturamento de obras ou outros esquemas de corrupção que já tenham prejudicado o município, muito embora não seja ingênuo ao ponto de acreditar que esse tipo de coisa nunca tenha acontecido por aqui.  Mas, seja como for, o problema da imprensa "oficial" ganha uma saída possível com a internet, que tem ganhado mais e mais espaço a cada dia como tribuna livre para a manifestação da opinião dos construtores da pangeia virtual.

De um tempo pra cá o campo de manifestação da opinião pública tem passado dos papeis dos jornais, programas de tv e vozes do rádio para as redes sociais da internet. Esse processo tem permitido aos navegantes da rede mundial de computadores atuarem como propositores de novos rumos para a política. A internet pode também servir como um espaço aberto ao debate sobre os assuntos que não constam nas páginas dos jornais mas que afetam drasticamente a vida dos cidadãos. É o caso, por exemplo, da greve das universidades federais, que não tem tido a devida atenção por parte da imprensa, mas não deixa de ser assunto no facebook.

É por conta da internet que você está lendo esse texto, e é por causa do YouTube, e portanto da internet, que o documentário sobre a história de Tupã e outros vídeos puderam ser citados nesta redação. Guardado este texto, a ele poderão recorrer futuros leitores interessados pelo assunto: a internet é uma rede que garante o livre fluxo de opiniões contrárias. Faça como eu e use a internet para propor ideias à cidade, publicando-as nas redes sociais, no YouTube, no facebook, em blogs, etc.  Uma ferramenta muito útil pode ser o abaixo- assinado. Você pode criar um através do site "Petição Pública" (http://www.peticaopublica.com.br/), propondo a implantação de um determinado serviço ou defendendo um projeto de lei, e apresentá-lo na câmara dos vereadores para que os edis saibam que a ideia é apoiada pelos tupãenses, e que portanto merece o apoio dos vereadores eleitos pelo povo. E não tenha medo de denunciar irregularidades na administração pública, apresentando documentos que comprovem sua denúncia ou ao menos deem crédito suficiente à sua acusação (vide lista de links úteis no final do texto).



6.2 Os problemas com as urnas eletrônicas:

Quem vota e como vota não conta nada, quem conta os votos é que realmente importa - Josef Stálin.


Mais acima eu tratei da "espiral do silêncio" e escrevi sobre a possibilidade da transformação dos órgãos de imprensa em instrumentos de controle social em conchavo com o poder político. Você com certeza já deve ter ouvido, lido ou visto na TV matérias sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, sobre sua inviolabilidade e segurança, todas garantindo ao eleitor o sigilo de seu voto e respeito à sua opinião, e talvez nunca tenha se perguntado sobre a segurança das mesmas. Coloco neste momento a questão de saber se de fato as urnas eletrônicas são ou não um meio seguro de manifestação da opção do eleitor. 

Minha desconfiança começa pela ambiguidade mesma da máquina: porque máquina, mecânica aparentemente menos sujeita ao erro - errar é humano, diz o ditado - mas nem por isso impecável, inquestionável, e qualquer pessoa que tenha conhecimento básico sobre informática sabe disso por experiência própria. Talvez mais importante do que a maioria dos votos sejam as pesquisas de boca de urna, quando o povo tende a acreditar demais nessas pesquisas, e ainda mais importante do que as pesquisas de boca de urna, sejam os técnicos responsáveis pela contagem dos votos. Dirá o leitor ingênuo que minha desconfiança é excessiva, e que talvez eu sofra de mania de perseguição, síndrome do pânico, ou não passe de um chato que só quer causar polêmica, mas é que eu prefiro, quando o assunto é gente, a cautela da desconfiança que a fé enebriante na boa vontade dos outros. Dito isso, acrescento que eu, porque humano, poderia incorrer nos mesmos tropeços que levaram muitos por ai à lama: quando a vaidade fala mais alto, a consciência moral fala mais baixo. E eu, porque humano, sou corruptível, mas porque sei que sou, procuro tomar mais cuidado comigo mesmo, ao que pese saber que hora ou outra poderei acabar armadilhado pelos meus próprios desejos e palavras.

Como adendo, deixo alguns vídeos sobre os problemas com as urnas eletrônicas. Vocês poderão ver o depoimento de eleitores como o matemático José Dutra Sobrinho, do especialista em direito eleitoral Alberto Rollo, e principalmente do engenheiro da escola politécnica da USP, Amílcar Brunazo, sobre a fragilidade do equipamento usado para registrar os votos no Brasil:


                                            

Vídeo que mostra um estudo desenvolvido por Ariel J.Feldman, J.Alex Halderman e Edward W.Felten, todos professores da Princeton University, dos EUA, sobre as urnas eletrônicas.







Se você constatar algum problema na hora do voto, não se cale, não seja um hímen complacente: exija seus direitos.


Para fechar, uma sugestão para mim mesmo: 

Confesso não nutrir expectativas muito otimistas, mas farei questão de voltar a esse texto periodicamente para relacioná-lo à situação da cidade.


Jeferson Torres
Tupã-SP, 18 de agosto de 2012.

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Apêndice:

Links úteis:


Petição Pública:

No site http://www.peticaopublica.com.br/ você pode criar um abaixo-assinado e divulgá-lo na internet, podendo assim promover a defesa de uma causa de interesse da população, levando-a à câmara dos vereadores como a manifestação da vontade popular. O processo é simples, basta clicar em "criar abaixo-assinado" e seguir as instruções.


Câmara dos Vereadores de Tupã:

http://www.camaratupa.sp.gov.br/

Nesse site você poderá assistir sessões da câmara dos vereadores disponíveis e saber sobre a biografia e currículo dos atuais vereadores, além de obter informações sobre os projetos em andamento e ter a oportunidade de enviar e-mails para os vereadores. Confira!

Prefeitura Municipal*:

http://www.tupa.sp.gov.br

 

Órgãos de imprensa*:



TV Câmara: 

Site: http://tvcamara.camaratupa.sp.gov.br/
Facebook: https://www.facebook.com/tvcamara.tupa
Contato: (14) 3404-2002

TV Cidade, canal 23:

YouTube: http://www.youtube.com/user/tvcidadetupa
Facebook: https://www.facebook.com/tvcidade23
Tel.: (14) 3441-4929

TV Universitária:

Sites: http://tvuniversitaria.unisite.com.br/programas.html e
         tvuniversitaria@uol.com.br

Rádio Tupã:

Site: http://www.radiotupa.com.br/
Contato: http://www.radiotupa.com.br/contato.php
Tel.: (14) 3404-3255

Rádio Band FM:

http://www.bandfmtupa.com.br/?:=fale_conosco
 E-mail: contato@bandfm.com.br
Tel.: (14) 3491-3001

Jornal Diário:

Site: www.diariotupa.com.br
Contato: jdiario@diariotupa.com.br
Tel.: 3496-3919

Folha do Povo:

Tel: (14) 3496 2515

Não foi atendido por nenhum dos órgãos de imprensa local? Recorra à TV Tem de Marília ou às TVs Rede Record ou Band Prudente:

TV Tem Marília:

Site: http://redeglobo.globo.com/sp/tvtem/
Contato: http://temmais.com/contato.aspx


Record Prudente:

(18) 3221-5485

Band Prudente:

Tel.: (18)2101-8500

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Jeferson Torres no FEMUPO 2012:

Venho com este convidar meus leitores e interessados na boa música brasileira a prestigiarem meu trabalho no próximo dia 23 de agosto, quinta-feira, no Teatro Municipal de Barueri-SP, como parte integrante do FEMUPO (Festival de Música Popular Brasileira). Apresentarei "Nasci nesse Chão", letra do barueriense José Barea Torres para a qual compus a melodia e harmonia. Além desta, várias outras peças estaram concorrendo, trazendo todos os cantos para a cidade. 

O FEMUPO já se consagrou pela qualidade tanto dos artistas que já participaram destes anos de história, quanto pela ótima organização e premiação - uma das maiores entre os concursos musicais brasileiros - e faz parte do calendário oficial de eventos de Barueri-SP.

Desde já, obrigado a todos os participantes nesta empreitada de sucesso.

Até lá!