quinta-feira, 25 de março de 2010

Peter Brook


"No período de ensaios é preciso cuidado para não avançar demais antes do tempo.Muitas vezes, atores que se exibem emocionalmente logo no começo, perdem a capacidade de descobrir relações autênticas entre si. (...) No entanto, quando os atores estão acostumados a começar amontoados em torno de uma mesa, protegidos por cachecóis e xícaras de café, é essencial, pelo contrário, liberar a criatividade corporal através do movimento e da improvisação (...).Como se consegue fazer para que essa expressão íntima cresça até preencher um amplo espaço, sem traição? Como se eleva o tom de voz sem distorcer a relação? É extremamente difícil: eis ai o paradoxo da interpretação".



"Não se deve tomar tudo o que está no livro como dogma, nem como classificação definitiva, tudo está sujeito ao acaso e a mudança".

Peter Brook

O consagrado diretor inglês, conhecido principalmente por montagens de peças de Shakespeare é autor de alguns livros nos quais esboça possíveis caminhos, tenta iluminar um pouco as investigações daqueles que aceitarem o convite.Mas o caminho é o passo.Ser e estar numa espécie de "presente-gerúndio".

Hamlet continua a ler: palavras, palavras, palavras, palavras.Aqui jaz um dos paradoxos do trabalho historiográfico: constelar a vida - tempo - em letra.Penso que um bom teórico da arte - e a arte pode dispensar a teoria quando julgar necessário - deve transformar sua tese em poesia: tecer o indizível em palavras.

Jeferson Torres

Nenhum comentário:

Postar um comentário