"Eu trabalho dez vezes mais facilmente com um ator que ama a música. É preciso habituar os atores à música desde a escola. Todos ficam contentes quando se utiliza uma música "para a atmosfera", mas raros são os que compreendem que a música é o melhor organizador do tempo em um espetáculo. O jogo do ator é, para falar de maneira figurada, seu duelo com o tempo. E aqui, a música é sua melhor aliada. Ela pode não ser ouvida, mas deve se fazer sentir. Sonho com um espetáculo ensaiado sobre uma música e representado sem música. Sem ela, - e com ela: pois o espetáculo, seus ritmos serão organizados de acordo com suas leis e cada intérprete a carregará em si"
E.V.Meyerhold
Gosto dessa citação. Aliás, gosto desse pensamento. Meyerhold toca aí num ponto que considero importante e que fundamenta uma pesquisa recente que faço: O que a música pode fazer pelo ator? (considero sua utilização nas etapas de treinamento, ensaio e espetáculo).
ResponderExcluirMuito bom o blog! Abraço Jeferson!
Meyerhold iluminou seu trabalho cênico com a magia musical que emprestou de sua formação artística lata: era violinista, regente e tocava piano. A musicalidade lhe era inerente e refletiu-se em cena. Sua montagem de "O inspetor geral", de Gogol, é de um detalhamento típico do pontilhismo musical, perspectiva que também tem seu par na pintura.
ResponderExcluirAs artes parecem sugerir uma espécie de estrutura gramática intercambiável entre si. Apreendo essa estrutura de minha formação, como a de Meyerhold, eclética: sou músico: componho, arranjo e leciono música, além de ter bacharelado em artes cênicas. De uma maneira estranha as artes entranham-se e espelham o espírito de um tempo de um modo que foge a uma explicação verbal coerente e final de todo, porque se desenvolve através do tempo, é efêmero.
Obrigado pela visita. Volte sempre Rute! Beijão!
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