sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Politicamente incorreto:

*Infelizmente não achei nenhum trailer em português.
Políticos sempre figuraram como personagens centrais em célebres comédias.Poderíamos falar de Chaplin, que em pleno 1939 teve a coragem de satirizar Hitler em “O Grande Ditador”, ou então de “O inspetor geral”, magnífica comédia de Gogol cuja encenação de Meyerhold ainda é fonte de estudos contemporâneos.Mas hoje eu quero falar de um filme.
Trata-se de “Politicamente incorreto”.O roteiro – que foi na época indicado ao Oscar – conta a história do senador Jhon Bullworth (Warren Beaty), que em face de diversos problemas pessoais inter-relacionados, que vão do descrédito do eleitorado à crise no casamento, decide se matar.Mas ele o faz de uma maneira bem peculiar: assina uma milionária apólice de seguro de vida e determina como beneficiário o assassino de aluguel que contrata para fazer o serviço.
Com os dias contados, Bulworth decide escancarar todos os podres do sistema político: não obedece a discursos previamente elaborados por seus acessores, recusa em seus pronunciamentos a linguagem formal, se envolve com uma garota negra bem mais jovem (Keith Baly), não dá a mínima para a emprensa, enfim: torna-se politicamente incorreto de todas as formas possíveis.
O problema é que a atitude de Bulworth parece ter surpreendido o eleitorado e o senador de repente sobe nas pesquisas.O povo parece responder de maneira positiva à nova imagem do candidato.Agora é que são elas.Cancelar o negócio antes firmado com o assassino contratado ? Esqueçam essa hipótese, ela se mostra impossível.Claro que eu não revelarei aqui o fim da trama pra não estragar a surpresa.
O roteiro é realmente muito bom.Warren Beaty – que vocês talvez conheçam melhor como o Dicky Tracy do filme baseado nos quadrinhos – não só atuou como também produziu, roteirizou e dirigiu a obra, o que lhe vale mais pontos positivos em minha avaliação.Trata-se, não obstante, de uma comédia que pode bem ser assistida em família num domingo a tarde com muita pipoca, ou seja, se você é daqueles que ficam com um pé atrás só porque um dado filme é referenciado como “cult”, pode assistir a esse sem medo.
Sob o ponto de vista fotográfico, bem como sob aquele da dramaturgia visual em si, nada de impressionante, mas tudo de coerente, já que a organização do discurso visual entra em concordância com o todo, é um filme bem “sessão da tarde” eu diria.
Vale a pena assisti-lo sobretudo nos dias atuais quando estamos às voltas de mais uma eleição.Sugestão conclusiva: assistam a esse filme antes do dia primeiro de outubro.No mínimo ele convida à reflexão.

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