Quando nos voltamos ao abrangente conjunto de características do dito teatro pós-dramático, podemos perceber os rastros do passado evidenciando-se em cada "novidade" da última hora.
O uso do vídeo remonta a experiências que já vinham sendo desenvolvidas por Piscator, que, aliás, exerceu forte influência sobre Brecht.Quanto a dizer que o teatro pós-dramático é novo por seu aspecto "high tech", ora, Deus ex machina: os gregos já utilizavam brinquedinhos bem sofisticados pra época, sua maquinária está para seu tempo como as grandes estruturas espetaculares estão para nossos dias.
Mesmo a não-submissão ao texto dramático também não é invenção do teatro pós-moderno - título que bem pode servir como sinônimo de pós-dramático - já na commedia dell'arte não era o texto o senhor unânime da representação teatral.Também o teatro oriental não tem o texto dramático como elemento essencial.
Fica a questão: o teatro pós-dramático é um teatro que quebra com padrões "dramáticos"? Talvez, mas, ainda assim, somente - e tão somente - se reduzirmos o drama ao texto literário, à literatura dramática.É preciso lembrar que a palavra drama vem do grego - sim, eles, os gregos, denovo ! - e significa "ação".
Fecho com outra pergunta: é o teatro "pós-dramático" um teatro novo ? A opinião deste escritor: tão novo quanto velho: passim, nunca enfim, eterno retorno ...
E por que não dar uma lida em :
LEHMANN,Hans-Thies.O teatro pós-dramático.São Paulo:Cosacnayfy,2007.Trad.Pedro Süssekind
RUDLIN,John.Commedia Dell’Arte:an actor’s handbook.London and New York Taylor & Francis Group.9th editon.Tradução nossa.
BERTHOLD,Margot.História Mundial do Teatro.São Paulo,Perspectiva,2001.Trad. Maria Paula V. Zurawski, J. Guinsburg,Sérgio Coelho e Clóvis Garcia.
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