quarta-feira, 12 de maio de 2010
Um banquete teatro-filosófico
A filosofia encontra o teatro quando Aristóteles debruça-se sobre a natureza da tragédia, discorre sobre suas características e rompe com Platão em questões estéticas: porque a mímese não corrompe a polis, ela possui um valor educacional – aprendemos por imitação – e proporciona prazer estético.
A filosofia dá as mãos ao teatro quando, na França do século XVII, voltar-se-ão à Poética aristotélica aqueles que se empenham na busca por um teatro racionalista, “cartesiano”, quiça, poderíamos dizer.
A filosofia reflete sobre o teatro quando Diderot se inquieta com a natureza paradoxal do trabalho do ator, revelando ainda os rastros de Descartes…
A filosofia abraça o teatro porque este é causa e efeito de um conhecimento que, por ser estético, é ético, e por sê-lo, volta à estética quando descobre meios de traduzir-se em linguagem num continum: vida.
A filosofia se faz teatro mais uma vez, e este, faz-se filosofia de novo na oficina de um teatro gozozo.Nietszchiano, diriam alguns, mas dessa vez platônico – com aquela pitada socrástica que lhe é característica – em um banquete amoroso.
Esse Celso … como sempre, erótico !
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