Sou contra a campanha pelo
desarmamento, a não ser que todos os ladrões, e mesmo os Estados, estes também
se desarmem. As armas usadas pelo crime organizado - e cada vez mais organizado
- são obtidas pelo mercado ilegal, e não através do processo penoso que
consiste em testes psicológicos, estudos aprofundados sobre a vida do
pretendente a portador de arma e cursos de tiro, pelo qual um cidadão de bem
deve necessariamente passar para adquirir uma arma, posto que para portá-la é
necessário proficiência e responsabilidade. O termo que usei na frase anterior
"cidadão de bem", talvez cause um certo estranhamento ou mesmo pavor
diante de algumas pessoas, não sei se é o seu caso.
Por "pessoa de bem", eu
considero aquela dotada de justiça, ou seja de inteligência corajosa e
discernimento votado ao pagamento de cada qual segundo seu merecimento. Com
efeito, ante uma situação que consista em risco de vida para uma criança, por
exemplo, ou para a própria vida do pai de família diante da única escolha de
matar por legítima defesa ou morrer, eu julgo justo matar: é justo matar quando
o indivíduo o faz por legítima defesa, ou seja, para salvar sua própria vida
quando a única maneira de fazê-lo é matando, e nesse caso, quando do confronto
entre um "cidadão de bem" e um ladrão que porventura invadir sua casa
para tentar roubá-lo ou matar seus entes queridos. E o bom uso do instrumento,
como já dito, deve impor ao proprietário o dever irrevogável e inflexível de
obter sua arma somente, e tão somente, satisfeitas todas as condições
psicológicas, motoras e emocionais para tal.
Mas assim pensando, eu volto à
definição prévia de "pessoa de bem", esse "monstro" criado
pela "direita", como alguns preferem: aquele que prefere nutrir sua
família com o suor de seu trabalho e tem seus bens por merecimento, tem direito
a garantir a posse dos mesmos. Aquele que, por outro lado, fazendo uso da
imposição da pena capital, extrai o fruto do trabalho de um - contra o direito
à propriedade privada honestamente conquistada - pratica o mal, e deve por esse
mal pagar.
A campanha pelo desarmamento
propagada pelos meios de comunicação, sobretudo pela TV, parte de um bem, a
campanha pela "paz", bandeira que clama ao fundo de nossa consciência
moral. Mas, subvertida a moral em nome do poder, e estabelecido esse poder como
fim último da política, sob a égide de Maquiavel, este bem serve de desculpa
para o mal: requerendo daqueles que detém consigo uma arma em casa, que
doem-nas ao poder público, a fim de que este possa dar fim a essas armas, mas
qual será o fim desses instrumentos?
O crime é organizado, muito bem
organizado, e cada vez melhor organizado. Quando a política se reduz à luta
pelo poder, crime organizado e Estado podem celebrar um matrimônio consensual, com
acordos entre a Polícia Federal e os chefes de quadrilhas, e entre esses e
deputados, vereadores, prefeitos, governados, ou até quem sabe com o
presidente. Afirmar que tal ocorre deliberadamente e de maneira corriqueira
talvez seja muito arriscado, já que nesse contexto, também a imprensa pode
servir aos intentos do órgão nascido do matrimônio diabólico e calar-se se bem
paga para isso: em última instância, não é possível afirmar categoricamente que
tal ocorre, mas é sempre bom duvidar da justiça humana, e algumas notícias que
acabam por ser divulgadas pelos jornais e outros meios de divulgação nos sugerem que esse
acordo mútuo contra os cidadãos pode mesmo celebrar-se às escuras, nos
bastidores do poder oficialmente instituído:
E diante do fato de que muitas
das armas entregues às autoridades por ocasião da campanha do desarmamento
acabam caindo nas mãos de marginais:
Ver também:
E também:
Mas a proposta mesma de desarmar
a população não é novidade. Ela já foi empregada no passado, e sempre com
sucesso: com o povo desarmado, o Estado pode armar-se contra o povo. É assim que, de minha parte, estou com o seguinte:
E vale a pena acompanhar a seguinte reportagem produzida pela rede Bandeirantes de Televisão, onde dados sobre o número de homicídios em relação ao porte de armas são apresentados de maneira bem sucinta e objetiva:
Mantenho-me contrário à campanha
do desarmamento, já que, ao que tudo indica, trata-se de desarmar o cidadão de
bem para, então, abrir um espaço livre à atuação do crime organizado.
Jeferson Torres
*Caso os Estados e todos enfim, se desarmassem, ainda assim homicídios continuariam a ocorrer pela ação de armas brancas, facas, espetos, pedaços de pau, etc, já que a violência tem base antes biológica que educacional: entendam crianças: a educação não nos salva, por completo, do animal que resiste sob nossa pele cilivizada.
Para saber mais:
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