terça-feira, 29 de março de 2011

O inspetor geral de Gogol/Meyerhold:

 

Quando encontrei esse trecho de filme não resisti a tentação de expô-lo àqueles que me acompanham. Trata-se de um filme que registra um trecho de O inspetor geral, do dramaturgo russo Nikolai Gogol, sob direção de Vsevolod Emilevitch Meyerhold. Essa é uma daquelas obras teatrais que fizeram história no teatro do século XX, e que ainda são fonte de estudos na área da direção teatral e historiografia. Para aqueles que se interessarem pelo caso em particular, recomendo o livro de Arlete Cavalieri: O inspetor geral de Gogol/Meyerhold.

O encenador foi um dos renovadores da vanguarda teatral russa. Aluno de destaque do Instituto Dramático-Musical da Filarmônica de Moscou, dirigida por Vladmir Nemirovitch-Dantchenko, que também lecionava na instituição, e convidou Meyerhold para integrar o elenco de atores do Teatro de Arte de Moscou, empresa artística dirigida por Nemirovitch-Dantchenko em parceria com Konstantin Stanislávski. Os estúdios do Teatro de Arte de Moscou foram um dos berços da pedagogia teatral do novescento, em cujos traços podemos notar indícios do pensamento artístico que remonta aos estúdios.

Toda a história apenas resumida de maneira extrema – e sugiro que estudem mais pormenorizadamente sobre ela -  no parágrafo anterior foi objeto de estudo de várias dissertações de mestrado e teses de doutoramento. Para citar algumas apenas – além do livro de Arlete, que em sua especificidade aponta para a latitude e longitude do problema – recomendo a dissertação de mestrado de meu professor Camilo Scandolara, Os estúdios do Teatro de Arte de Moscou e a formação da pedagogia teatral no  século XX, e, para aqueles que tem boa leitura no idioma italiano, a obra de Franco Ruffini, Dal lavoro dell’attore al lavoro su di sé.

Por fim, é necessário notar que, por mais que estudemos essas questões com a paixão e disciplina necessárias a qualquer pesquisa, continuaremos a garimpar pérolas no campo instigante – e inapreensível em sua totalidade – o qual denominamos passado, e que, como as palavras deste texto que ora concluo, tecem rastros no tempo que não podemos apreender com as mãos.

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