terça-feira, 27 de abril de 2010

Há sujeira por de baixo do pano



Dessa vez não me dirijo aos leitores do blog com o intuito de discutir teatro.Também não venho falar sobre uma peça que tenha assistido ou um filme que possa indicar, nem pretendo, com este post, tratar de assuntos ligados a estética ou qualquer outro objeto de estudo filosófico ou artístico.

Trato de economia.Economia ? - perguntaram alguns - mas por que um estudante de artes cênicas, alguém que se autodenomina "artista" se interessaria por esse assunto tão chato?

Volto-me às entranhas do sistema econômico por percebê-lo como um poder global que paira soberano sobre um forjado espírito de independência política cada vez mais caduco.Ao assistirem o vídeo que aqui sugiro, espero que me compreendam melhor.Não há, de fato, um poder "político" no sentido senso-comunal da palavra.Presidentes, senadores, deputados, prefeitos e vereadores formam um corpo de fantasias que sustentam um poder maior, aquele que realmente dá as cartas do jogo, estabelece as regras e prevê os resultados: o poder econômico.

Toda essa conversa, que a princípio pode parecer uma "teoria da conspiração" maluca, baseia-se em dados factuais.O documentário "The corporation", dirigido por Jennifer Abbot e Mark Echbart, entranha-se pelos desvios intrigantes das grandes corporações a fim de revelar todo o podre ignorado pela maioria - e eu fazia parte dessa, confesso.O documentário ainda traz depoimentos valiosos de personalidades como Noam Chomsky, importante linguísta americano, e do documentarista canadense Michael Moore (de Tiros em Columbine e Farenhent 11 de setembro entre outros).

Vale a pena conferir também este documentário sobre a Monsanto, importante corporação do setor agrônomo:


Patentiar animais ? Quando chegará a vez dos seres humanos ?

Todos os discursos precedentes - discursos audiovisuais - fazem da teoria abaixo levantada algo muito provável:



É muito importante buscar informação e responder a tais informações com ação.Minha ação, por hora, é essa: pedir para que você compartilhe essa ideia.Indique estes vídeos, você também, para seus próximos.

É isso.Forte abraço e até a próxima.

sábado, 24 de abril de 2010

Bitols: um Rock-fiction brasileiro !




Que tal juntar um grupo de jovens membros da Porto Alegre dos anos noventa, montar uma banda e sair por ai ? Foi a partir dessa ideia que surgiu "Bitols", Longa-metragem gaúcho dirigido por André Arieta e produzido pelo coletivo Cinema8ito, importante grupo de fomento da vida cultural no estado, sobretudo quando o assunto é cinema.

O filme é um convite ao espectador para que acompanhe a banda fictícia através de uma noite de som na capital gaúcha nos idos noventa.O diretor soube se aproveitar de imagens de arquivo que guardam passos de bandas que marcaram o cenário rock gaúcho da década passada. Trata-se de uma iniciativa de ouro, produzir um pop fiction bem brasileiro, que grita em alto volume: não deixem memória do rock brasileiro morrer.

Tudo bem.Ela continuará viva enquanto houver guitarras, baterias, baixos, distorção e desejo !
Rock é sexo.Rock é psicotrópico.Mais uma dose ? É claro que eu tô afim !

Então corre lá e tome a sua dose de rock-cinema em três doses diárias, as 15, 17 e 19h, nos dias 29 de abril a 2 de maio na sala P F Gastal (http://salapfgastal.blogspot.com/2010/04/sala-p-f-gastal-exibe-filmes-de-danca-e.html)
Ingressos a 3 e 6 reais.

Um pequeno aperitivo para abrir o apetite:


Confira também:

www.cinema8ito.com/bitols e o blog do filme:





terça-feira, 20 de abril de 2010

Um encontro pra ficar



Gente ... Zé Celso, Gerald Thomas e Judith Malina em Nova Iorque num bate papo sobre teatro.Preciso dizer mais alguma coisa ? Deliciem-se com essa conversa.

Forte abraço à todos !

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Grotowski e o calendário





Fonte: GROTOWSKI,Jerzy.Em busca de um teatro pobre.Rio de Janeiro:Civilização brasileira,1976.Trad.Aldomar Conrado.(p.181)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Zé Celso: um teatro gozozo !



José Celso Martinez Correia.Melhor, Zé Celso.Não, melhor ainda, Zé.Zé brasileiro...
O diretor de teatro, o antropofágico, o bacante, aquele que cantou o Brasil em meio às vozes repressoras em um país fechado, o agregador de pessoas que compartilham um desejo em comum: trocar.De repente encontro Grotowski em meio ao Zé.Incoerência - no mínimo - diriam os menos avisados, mas eu encontro o polonês no brasileiro na medida em que percebo no segundo um motor em comum com o primeiro: o desejo de proporcionar encontros: o encontro entre o diretor e os atores, dos atores entre si e de todo o grupo com os espectadores.

Li certa vez que o Zé teria dito em uma entrevista, lá nos anos setentas - não se verdade, mas a fonte é confiável - que o ator santo, no Brasil, deveria "levar na cara".Mas Grotowski foi polonês, e muito polonês.Zé Celso, por sua vez, é brasileiro, e o é com convicção ! Novamente um ponto de encontro entre essas duas personalidades tão distintas geopolítica e esteticamente.

No fim o que fica é o teatro: o encontro.O que fica é indizível, e cabe a cada um guardar em seu silêncio.

Zé Celso faz do teatro sua festa.Viva Zé Celso ! Viva o teatro - ou melhor, o te-ato - gozozo !

Ah ! O vídeo né ? É uma parte de um documentário - coisa do youtube, pra variar - que assisti e decidi indicar pra vocês.Olha que bom, dessa vez está em português.Viu como eu fui bonzinho ?

Vidiai my druguies, vidiai !

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Eugenio Barba sobre o diretor teatral

Indo ao teatro, descobri que existe uma profissão, a de diretor, onde quem a exerce está sentado com um cigarro na mão, dá ordens para todo mundo e é considerado um artista.Era a solução para meus problemas de identidade e de emigrante.Eu poderia fazer tudo aquilo que queria e ser diferente, e todos teriam dito que eu era "original".



Eugenio Barba(1)


BARBA,Eugenio.A terra de cinzas e diamantes:minha aprendizagem na polônia:seguido de 26 cartas de Jerzy Grotowski a Eugenio Barba.São Paulo:Perspectiva,2006.Trad.Patrícia Furtado de Mendonça (p.89).






sexta-feira, 2 de abril de 2010

Inside the actor'studio: Johnny Depp



Confesso estar muito interessado nos últimos tempos - não só nos últimos tempos na verdade - por interpretação para cinema.Ainda que o teatro seja uma escola - sim, ele é - o cinema possui uma série de peculiaridades que o singularizam como arte autônoma.Ser um bom ator no teatro não é garantia de qualidade na tela.

A série Inside the actor'studio traz entrevistas com importantes atores do cenário cinematográfico americano.Essa é a entrevista concedida por Johnny Depp ao programa.
Acho que vale a pena pra todo mundo que se interessa por cinema, por técnica atoral para o cinema, ou simplesmente aprecia o trabalho desse ator americano que já atuou em vários filmes - na maioria das vezes ao lado de Tim Burton.

Aliás, muito em breve Alice sairá do forno.Será que Depp manterá sua qualidade ? Minha aposta é positiva.Esperemos para conferir.

Ah, como em outras ocasiões, o vídeo não possui legendas.Você entende bem inglês ? Se a resposta for sim é só dar o play e conferir.